Giorgia Meloni, 45 anos, vai ser a primeira mulher a presidir um governo de Itália na sequência da vitória, no Domingo, do seu partido, Irmãos da Itália (FdI), e da coligação de extrema-direita que ainda integra a Liga, de Matteo Salvini, e o partido conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi.
No primeiro discurso após a votação nas legislativas de Domingo, Meloni garantiu que o seu partido, Irmãos da Itália, irá governar “para todos” e “para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos”.
“Os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um Governo de direita liderado” pelo FdI, disse à imprensa Meloni, que deverá tornar-se a primeira mulher a liderar o executivo de Itália.
O presidente do partido Forza Itália, Sílvio Berlusconi, conseguiu um lugar no Senado nas eleições em Itália, voltando à Câmara da qual foi expulso em 2013, após ter sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal.
Quem é Giorgia Meloni?
Aos 15 anos, Giorgia Melon, ingressou na Frente da Juventude, a organização juvenil do antigo Movimento Social Italiano (MSI), um partido neofascista fundado em 1946 por seguidores do falecido ditador Benito Mussolini que, 1996, foi alvo de rasgados elogios por parte de Giorgia Meloni: «Mussolini foi um bom político, tudo o que fez, fez pela Itália».
Entre outros aspectos relevantes da sua carreira política, destaca-se a sua eleição como deputada do partido Alianza Nacional (AN) e nomeação como vice-presidente da Câmara dos Deputados, aos 29 anos. Em 2008, foi Ministra da Juventude no governo do conservador Sílvio Berlusconi, a mais jovem ministra da história republicana de Itália.
Em 2012, Giorgia Meloni fundou o partido Irmãos da Itália (FdI), depois de deixar o partido de Berlusconi, mantendo-o, entretanto, como seu aliado para as eleições de 2013, o mesmo acontecendo com a Liga Norte de Matteo Salvini. Em 2018, o partido Irmãos da Itália participou nas eleições gerais e obtém 4,3% dos votos, tornando-se no quinto partido do país.
O ano de 2022 é considerado “ano clave” na carreira política de Giorgia Meloni, uma vez que, além de ter formado a coligação de extrema-direita, aproveitou-se, para, em plena campanha eleitoral, distanciar-se do fascismo a que vinha sendo associada.
“A direita italiana relegou o fascismo à história por décadas, condenando inequivocamente a privação da democracia e as infames leis antijudaicas. E obviamente a nossa condenação do nazismo e do comunismo também é inequívoca”, afirmou num vídeo em inglês, francês e espanhol.
Bruxelas espera “cooperação construtiva” com novo governo italiano
A Comissão Europeia diz esperar ter “uma cooperação construtiva com as novas autoridades italianas”, mas escusa-se hoje a comentar os resultados das eleições legislativas em Itália, ganhas pelo partido nacionalista Irmãos de Itália (FdI).
Enquanto isso, várias reacções, sobretudo em países europeus, consideram que a vitória da extrema-direita em Itália não é favorável à democracia, nomeadamente pelo facto de um Governo de extrema-direita não ter convicção europeísta.
De acordo com resultados parciais, a coligação de direita e extrema-direita – liderada pelo FdI e que reúne ainda a Liga, de Matteo Salvini, e o partido conservador Força Itália, de Sílvio Berlusconi – obteve entre 43% dos votos nas legislativas.
No entanto, vão ser necessários vários dias para se apurar os acordos entre as coligações e a nomeação da nova líder do governo pelo Presidente da República italiana, após consultas com os presidentes das duas Câmaras recém-eleitas e com representantes dos grupos parlamentares.
C/Agências