O Governo de Cabo Verde vai injectar, até 2024, o total de três milhões de contos na companhia nacional, Cabo Verde Airlines, período em que prevê conseguir resolver o problema de estabilidade da empresa e ser posta a reprivatização.
Esta decisão saiu da reunião do Conselho de Ministro, tornada pública esta sexta-feira, pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, que avançou que a resolução foi autorizada pelo ministro das Finanças, enquanto representante do accionista Estado na Cabo Verde Airlines.
De acordo com o governante, durante este período, vai ser injectado a cada ano o montante de 1 milhão de contos visando “salvar novamente” a TACV, por entender que esta empresa constitui uma peça importante e estratégica para o desenvolvimento do País.
“Em 2016, como sabem, o Governo salvou a TACV da falência que já estava pré-anunciada tendo definido um quadro de reestruturação. Em 2021, após negociações com o parceiro Icelandair e tendo em conta a situação provocada pela pandemia da covid-19 o Governo decidiu novamente salvar a empresa”, lembrou.
Segunda aeronave
“Somos um País com uma diáspora distribuída pelos quatro cantos do mundo, e agora depois desta pandemia demos conta que, não tendo uma companhia, ficamos muito mais vulneráveis com companhias a praticar preços exorbitantes”, reconheceu Carlos Santos, adiantando que o Governo quer trazer uma segunda aeronave ao País.
Nos próximos meses, precisou, quer-se trazer uma segunda aeronave, porque “não é com um único avião que a empresa vai conseguir levantar voo de forma consistente, mas também não é só com o mercado cabo-verdiano que nós vamos viabilizar a TACV”.
Isto também, segundo o governante, está alinhado com a política do turismo que é a diversificação do sector, da oferta, e para isto, defendeu que deve haver uma companhia que olhe para o transporte dos turistas.
“Repegar”
“E por tudo isto nós queremos repegar esta companhia, estabilizá-la, para quando, assim que houver as águas calmas em Cabo Verde e no mundo inteiro conseguirmos ter a possibilidade de reprivatizar esta companhia e continuar ao serviço do País”, perspectivou.
Para Carlos Santos, com esta decisão, o Governo estará a criar um quadro previsível para todos os parceiros da TACV, sejam eles clientes, fornecedores, ou próprios acionistas, mas também para a própria banca que é o credor.
“Por isso que há essa necessidade também de uma parceria clara, forte entre os trabalhadores, os acionistas, os credores, os fornecedores e clientes, para que possamos levantar a empresa e por a empresa a voar de forma consistente”, declarou.
C/ Inforpress