Faleceu hoje o antropólogo e professor cabo-verdiano, natural de Santa Catarina de Santiago, Gaudino Cardoso. Gaudino era uma figura conhecida e estimada da sociedade cabo-verdiana.
Nas redes sociais multiplicam-se as mensagens de pesar de amigos e familiares pelo falecimento de Gaudino Cardoso, filho de Santa Catarina de Santiago.
Gaudino Cardoso era quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros e chegou a desempenhar o cargo de Presidente do extinto Instituto de Apoio ao Emigrante.
Gaudino era irmão de João Félix Tavares Rodrigues Cardoso, também um conhecido advogado cabo-verdiano, que foi candidato independente à presidência da Câmara Municipal de Santa Catarina, nas últimas eleições autárquicas de 25 de Outubro de 2020.
Perfil
Natural de Santa Catarina de Santiago, Gaudino Cardoso frequentou o Seminário de São José, Praia, na Diocese de Cabo Verde.
Era Doutorando em Sociologia/Pós- colonialismos e Cidadania Global pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Gaudino Cardoso era ainda Mestre em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Licenciado em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Entre as várias funções desempenhadas, foi professor convidado no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais na Praia e docente, também, na Universidade de Cabo Verde.
Gaudino desempenhou também funções de antropólogo na Embaixada de Cabo Verde em Portugal, sendo até à data quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A vida política no MpD
Gaudino foi também um homem activo da vida política do país.
Foi membro da Comissão Política do MpD na Região da Grande Lisboa (1992-1993) e, posteriormente, foi eleito membro da Direcção Nacional do MpD (na Convenção de 1994).
Igualmente, foi também Coordenador deste Partido no Concelho de Santa Catarina de Santiago (de 1994 a 1998), e Director de campanha nas Eleições Autárquicas de 1996, no mesmo Concelho.
Depois de 26 anos de militância desvinculou-se do MpD em 2018.
Na altura alegou que a decisão surgiu “após várias e profundas reflexões”. Numa carta dirigida aos responsáveis ventoinhas, Cardoso apontou “razões de ordem pessoal”.
“Com vista a eu ficar mais coerente com os meus princípios e valores e, consequentemente, a estar em melhores condições de exercer a minha cidadania e também a melhor servir a minha Nação, sinto-me coagido a me desvincular do MpD – Movimento para a Democracia”, escreveu Gaudino Cardoso, num documento a que este On-line teve acesso, na altura.