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Diáspora

Portugal: Cerca de 72% das associações cabo-verdianas são de apoio à integração de imigrantes

Mais de dois terços das associações cabo-verdianasas em Portugal são de apoio à integração de imigrantes, conforme revela o estudo sobre “Associativismo cabo-verdiano em Portugal: dinâmicas do presente e perspectiva para o futuro”, hoje divulgado.

Coordenado por Jorge Malheiros e Ana Paula Horta, com acompanhamento da Federação das Organizações Cabo-verdianas (FOCV), em Portugal, o estudo revela que o associativismo imigrante cabo-verdiano em Portugal tem um percurso histórico que remonta à década de 60 do século passado e que permanece activo até ao presente.

Quanto às áreas de intervenção do movimento associativo imigrante cabo-verdiano foram identificadas várias fases, marcadas por “factores endógenas e exógenos”, que estão na base das mudanças das estratégias organizativas ocorridas ao longo dos tempos.

“A expansão do tecido associativo no período 1991-2011, vai de encontro à fase em que ocorreu um aumento significativo da imigração em Portugal, já que de 1986, com a entrada deste país para a Comunidade Económica Europeia (CEE)”, indica, o estudo citado pela Inforpress.

Atrair mais mão de obra

Consequentemente, avança, com um “maior investimento” em obras públicas e na construção civil, Portugal passou a “atrair” mais mão-de-obra oriunda dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e particularmente de Cabo Verde.

“Neste sentido, ocorreu uma maior necessidade de integração desses imigrantes na sociedade de acolhimento, ao ponto de que, hoje, as associações cabo-verdianas identificadas neste estudo se assumem, maioritariamente (72,4%) como associações de apoio à integração de imigrantes”, atesta.

O associativismo cabo-verdiano em Portugal é constituído por associações que surgiram nas décadas de 1980, 1990 e 2000 (cerca de um terço em cada período), sendo que, destas, 11 (47,8%) surgiram com o intuito de darem apoio aos imigrantes cabo-verdianos que se fixaram no país.

Serviços prestados

Entre os principais serviços prestados está a questão na ajuda à documentação necessária para efectivar a regularização em Portugal, até a alocação de habitação e apoios ao nível de alimentação, vestuário, educação e inserção profissionais.

“A seguir ao apoio à integração de imigrantes, pode dizer-se que a estrutura organizativa cultural e artística reflecte a tipologia das associações cabo-verdianas mais presentes em Portugal”, revela ainda o estudo.

Aliás, o estudo explica ainda que, através das expressões artísticas da dança, da música e do associativismo, essas associações procuram “transmitir valores de cidadania, cooperação e solidariedade, o que acaba, também, por promover uma maior integração social daqueles que as frequentam”.

“A promoção dos valores culturais cabo-verdianos é mobilizada no sentido de favorecer a cidadania e a própria integração”, sublinha.

Impacto pandemia

Contudo, a pandemia da covid-19 impôs novos desafios a todas as dimensões da vida quotidiana portuguesa que se traduziram em mudanças sociais, políticas e sociais.

Neste sentido, e considerando que o movimento associativo abarca todas essas dimensões, “o impacto imediato da pandemia de covid-19 no tecido associativo cabo-verdiano em Portugal foi grande, sendo previsível que se prolongue”.

C/Inforpress

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