O novo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, CEMFA, António Duarte, afirmou, este sábado, a quando do seu empossamento, que irá priorizar a operacionalização de todos os meios navais, para que a instituição castrense esteja presente e projetada lá onde for necessário.
Empossado pelo Presidente da República, José Maria Neves, o Contra-Almirante, António Monteiro, destacou os ganhos alcançados pela instituição ao longo desses anos, mas convicto de que muito ainda há que fazer, de forma transversal e a todos os sectores, para que as Forças Armadas possam estar à altura dos seus desafios
“Antes de mais, gostaria de agradecer ao Governo e ao Presidente da República pela confiança em mim depositada, a tarefa que nós temos pela frente é ingente e estou ciente das responsabilidades que impendem sobre os meus ombros, mas também tenho a consciência da nossa vontade de trabalhar e das nossas competências”, apontou.
O Contra-Almirante António Monteiro assegurou que a sua prioridade será a operacionalização de todos os meios navais das Forças Armadas, para que a instituição castrense possa estar presente em todas as ilhas, mas ciente dos desafios que tem pela frente.
Tendo em conta que neste momento as Forças Armadas estão presentes nas ilhas de São Vicente, Sal e Santiago, defendeu que é necessário trabalhar para que a instituição seja projetada lá onde for necessário e quando for necessário.
“Para que isso possa acontecer temos que ter os meios de projecção, razão pela qual a Guarda Costeira merecerá certamente uma atenção especial, sobretudo, os meios que nós dispomos e na sequência da aquisição do meio aeronáutico que vai completar a esquadrilha que neste momento não dispõe de nenhum meio aéreo”, acrescentou.
Por outro lado, adiantou que as forças armadas têm um leque de quadros muito bem formados e tem condições para materializar os projectos em mente, mas sublinhou que é preciso fazer uma revisão genérica de toda a legislação, sendo que a actual se encontra bastante dispersa.
Principal guardião
Por seu turno, o Chefe de Estado, José Maria Neves, realçou a importância das Forças Armadas ser o responsável pela implementação da componente militar do conceito estratégico da defesa nacional e o principal guardião no enfrentamento dos desafios resultantes da intensidade de eventos climáticos extremos, da protecção dos oceanos ou da segurança.
Para além dos investimentos e de aquisições, defendeu que é necessário conferir maior relevância estratégica a todos os investimentos para o sector da defesa nacional, mormente num momento onde há uma proliferação de crimes transnacionais, que perigam a segurança dos Estados, sendo que o envolvimento das FA em missões de interesse público tende a aumentar, em escala e intensidade.
“Penso ser um desafio para a nova chefia das Forças Armadas criar condições para que a instituição possa participar com oportunidades, nas já anunciadas missões de interesse público nos termos da Constituição da República”, apontou o Chefe de Estado, que disse que a versatilidade do fenómeno criminal exige respostas muitas vezes transfronteiriças.
O novo CEMFA substitui o major-general Anildo Morais, que foi nomeado chefe do Estado-Maior das FA em 2016.
Natural de São Nicolau, o capitão-de-mar António Monteiro foi designado, em 1993, primeiro representante das Unidades Navais, em S. Vicente, com a criação da Guarda Costeira.
António Duarte Monteiro desempenhou, ao longo da sua carreira militar, importantes funções nas Forças Armadas, como comandante da Guarda Costeira entre 2009 e 2012, comandante da Esquadrilha Naval do Comando da Guarda Costeira entre 2007 e 2009 e comandante das Unidades Navais do Comando da Guarda Costeira entre 2006 e 2007.
C/ Inforpress