PUB

Política

Situação de emergência social e económica: Orlando Dias diz que o Governo deve ser o primeiro a dar exemplo

Orlando Dias, deputado do Movimento para a Democracia (MpD no poder), considera que, antes de pedir sacrifícios aos cabo-verdianos por causa das sucessivas crises que vêm assolando o país, o Governo deveria dar exemplo e reduzir os gastos da máquina pública.

Esse candidato à liderança do MpD nas eleições directas, que deverão ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano, pergunta como é que os nossos parceiros externos irão encarar os pedidos de Cabo Verde para a mobilização de recursos, quando não vêem, do Executivo, “um sinal nesse sentido”.

Orlando Dias considera que se o Estado não der o exemplo na contenção das despesas públicas, “não tem moral para pedir sacrifícios às cabo-verdianas e aos cabo-verdianos”.

Este posicionamento de Orlando Dias, expresso na sua página no Facebook, surge na sequência da declaração da situação de emergência social e económica no país feita pelo primeiro-ministro, na segunda-feira, 20.

Conforme aquele deputado, com a referida declaração, feita pelo primeiro-ministro, “Cabo Verde vai acionar, junto dos nossos parceiros internacionais, os mecanismos necessários para a mobilização de recursos tendo em vista dar combate à crise, agravada pela recente guerra na Ucrânia, acrescida por cinco anos de seca e três de pandemia”.

Ulisses Correia e Silva apela à poupança

Ulisses Correia e Silva fez, ainda, um apelo aos cabo-verdianos para que economizem nos consumos, nomeadamente, de electricidade, gasóleo e gasolina, e que façam um esforço de poupança individual e familiar, mas, também, na administração do Estado, nas empresas e em outras organizações.

“Salvo melhor opinião, faltou ao primeiro-ministro ir mais longe, nomeadamente, assumindo, com toda a clareza, a sua vontade e a vontade do Governo em darem o exemplo. Era disso que as cabo-verdianas e os cabo-verdianos estavam à espera!”, enfatizou Orlando Dias.

Este deputado e adversário interno de UCS, na liderança do MpD, recorda que, oportunamente, teve ocasião de apresentar no Parlamento propostas para a contenção da despesa pública que, agora, com o agravar da crise nacional e internacional, “adquirem maior relevância”.

“Aliás, sejamos claros: neste contexto, como os nossos parceiros internacionais irão encarar os pedidos do Governo para a mobilização de recursos? E o que pensarão as cabo-verdianas e os cabo verdianos do apelo à poupança, quando não veem, por parte do primeiro- ministro e do Governo, um sinal nesse sentido?!”, enfatiza.

Reduzir membros do Governo para metade

Orlando Dias afirma, por outro lado: “parece-me ser chegada a hora de os membros do Governo serem reduzidos para metade, o mesmo se aplicando aos institutos públicos e às agências reguladoras”.

E acrescenta: “Paralelamente, deve ser proibida a acumulação de salários e de reformas dos políticos, e, ainda, moralizar a utilização de viaturas do Estado e consequentes gastos de combustíveis. E, por último, à exceção do Presidente da República, do Presidente da Assembleia Nacional, do Primeiro-ministro e do Vice-primeiro-ministro, todos os membros do Governo e Dirigentes da Administração Pública devem viajar em classe económica e reduzir as viagens dos políticos ao estritamente necessário”.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 773, de 23 de Junho de 2022

PUB

PUB

PUB

To Top