A Sociedade Cabo-verdiana de Música congratulou hoje a instituição de 01 de fevereiro como Dia Nacional da Talaia Baxu, votada por unanimidade, no passado dia 28 de Março, na Assembleia Nacional. Talaia Baxu é um género musical tradicional cabo-verdiano, originário da ilha do Fogo.
“A Sociedade Cabo-verdiana de Música, sendo a identidade que defende vários artistas, autores, compositores e intérpretes, que compõem, cantam e tocam a Talaia Baxu, reconhece a importância deste género musical cabo-verdiano para a preservação e valorização da identidade e da cultura cabo-verdiana e brinda ao Dia Nacional da Talaia Baxu com Cabo Verde e com todos os que integram a família deste género musical no país e na diáspora”, declarou, em nota enviada à imprensa.
A instituição do Dia Nacional tem por objetivo reconhecer a Talaia Baxu como um dos géneros musicais, artísticos e culturais de referência em Cabo Verde e criar as condições necessárias para que seja consagrada como um património imaterial nacional, conforme justificou o Ministério da Cultura e Indústrias Criativas.
Homenagem
A data serve ainda para “homenagear os homens e as mulheres que emprestaram toda a sua classe”, chamar a atenção para a necessidade de se continuar a compor, interpretar e valorizar a “Talaia Baxu”, promover esta arte musical em todos os setores da sociedade civil e a sua internacionalização, promover os diferentes estilos musicais da “Talaia Baxu” e aplicar os ideais da UNESCO, que se traduzem na paz, na amizade e na união entre as pessoas, através da “Talaia Baxu”.
O dia 1 de fevereiro foi escolhido por ser data do nascimento de Adelina Gomes, popularmente conhecida por Bina Manzinha, uma das cantadeiras da “Talaia Baxu”.
Talaia Baxu, segundo recorda a SCM, teve origem em meados do séc. XIX, nas encostas do Vulcão da Ilha do Fogo. Suas letras representavam as lamentações, as desgraças e os prejuízos resultantes das erupções vulcânicas.
“Hoje em dia, as letras, também refletem outras vivências do povo, em composições mais modernas, embora, continuem a retratar essencialmente as vivências da ilha do Fogo, e sintonizam os momentos menos felizes e difíceis”, sublinhou.