Os trabalhadores da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) cumprem esta sexta-feira,22, o segundo e último dia de greve, pela não aprovação do Plano de Cargos Carreiras e Salários, um processo que segundo a porta-voz dos trabalhadores, Artemisa Mendes, arrasta-se há mais de 10 anos.
“Estamos em abril. Hoje é dia 22 e nada. Falamos com a direção geral do trabalho e não há nada palpável sobre este assunto. Para nós é uma falta de respeito. Já lá vão 10 anos e não dá mais para esperar”, reivindicou Artemisa Mendes em entrevista à RCV.
Segundo a mesma, a EHTCV precisa tomar medidas diante da situação, uma vez que a greve é o último recurso a que recorreram. “Se chegamos aqui é porque estamos esgotados todas as negociações”.
Falta de abertura
Também o Sindicato dos Transportes, Telecomunicações Hotelaria e Turismo (SITTHUR), que tem acompanhado todas as negociações, avançou que a paralisação só acontece porque a Direção da EHTCV nunca mostrou abertura.
“Não houve outra solução. Como disse a representante dos trabalhadores, buscamos todas as formas possíveis de não estar cá neste momento, mas infelizmente não foi possível por incumprimento da parte dos representantes da EHTCV”, justificou o porta-voz do SITTHUR Amílcar Neves.
EHTCV admite atraso
Por sua vez, confrontado com a greve dos trabalhadores, o Presidente do Conselho de Administração da EHTCV, Sérgio Sequeira, admitiu “algum atraso na aprovação do PCCS”, garantindo que o documento está em fase de conclusão e respectiva aprovação.
“O PCCS teve o seu atraso de facto porque o processo é complexo e leva tempo. Temos colaboradores que estão cá há mais de 10 anos e enquadrar todas as pessoas tendo em conta os seus contratos individuais, a antiguidade, há pessoas que adquiriram formações extras ao longo deste período, portanto tem que ser avaliado de forma justa”, reconheceu o responsável.
O mesmo reforçou que isso leva o seu tempo e, além disso, tem que ser um documento que seja justo e transparente.
“Atrasou-se é uma facto mas o documento já está pronto e avança agora para outras instâncias além da escola para ser aprovado pela nossa tutela”, garantiu Sequeira, negando a acusação de intransigência da escola para se sentar à mesa de negociações.
“Os trabalhadores e o sindicato sempre foram informados sobre todos os meandros do Plano de Cargos, Carreiras e Salários”, defendeu.
De salientar que a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde com sede em Palmarejo Grande, cidade da Praia, conta com cerca de 40 trabalhadores, que prometem não baixar os braços, até que as suas reivindicações sejam satisfeitas.
Hoje, o grupo segue para o segundo e último dia de greve.
C/RCV