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Santiago

Praia: Piduca ex-guarda-redes do Botafogo sepultado ontem

O conhecido ex-guarda-redes do Botafogo Futebol Clube, de seu nome João Cardoso, mas conhecido no mundo desportivo por Piduca, foi a enterrar ontem, no cemitério da Várzea, Praia. Para a história fica o percurso de um grande guarda-redes e um homem amigo de todos.

Piduca faleceu esta semana, no hospital da Praia, vítima de diabetes.  Pertencia à geração fundadora do Botafogo Futebol Clube (Julho de 1973) e, segundo Fausto do Rosário, que o conhecia bem, ele terá ingressado no Botafogo por influência dos seus primos, José Cardoso e Tché Cardoso.  Piduca foi um dos guarda-redes de destaque do Botafogo, nos seus primeiros anos.

Antes de ingressar no Botafogo, Piduca já era conhecido como um promissor guarda-redes, tendo defendido as cores de Juventude e da Académica, mas acabou por ser transferido para o Botafogo, passando a fazer parte do seu núcleo fundador.

Intuitivo 

Tecnicamente, segundo testemunho de Fausto do Rosário, Piduca era um guarda-redes “intuitivo, muito bom”, sem que ninguém o tivesse ensinado algumas técnicas, tendo aprendido pela observação da actuação dos guarda-redes mais antigos como Naco, Káká Nenezinho, Louro ou Juvino.

“Foi um indivíduo que nasceu para a baliza, era alto, rápido, quer nas bolas rasteiras como altas, muito intuitivo em situações de frente para o golo, magro, corajoso mas, sobretudo, reitero, muito intuitivo”, é assim que Fausto do Rosário caracteriza o antigo guarda-redes do Botafogo, que, segundo o mesmo, “era muito identificado com o Botafogo e à geração há qual pertencia”.

Praia e Angola

Piduca não terá jogado no Botafogo mais do que três ou quatro épocas, pois, em meados de 1977, mudou para a Cidade da Praia, onde terá defendido as cores das equipas de Vitória e do Desportivo, tendo depois seguido para Angola, onde chegou a ser guarda-redes do Petro de Luanda.

“Era o primeiro guarda-redes do Fogo que tinha algum jeito para jogar com os pés e fazia lançamento longos para avançados”, destacou Fausto do Rosário, recordando três exibições memoráveis de Piduca, todas na ilha de S.Vicente.

A primeira exibição memorável dele foi na primeira mão da primeira final do campeonato nacional de clubes do pós-independência (1976), no jogo entre Botafogo e Mindelense.

Outras duas exibições “espectaculares” aconteceram durante o primeiro torneio de selecção entre as ilhas de S.Vicente, Santiago, Sal e Fogo (1976) e que foi uma espécie de percurso de inter-ilhas.

Primeiro, recorda, foi contra a seleção de Santiago que o Fogo venceu por 1-0 e, depois, na final contra a selecção de S.Vicente, apesar da selecção do Fogo ter perdido por 1-0.

Amigo de todos

Socialmente Piduca ficará na memória de todos como uma pessoa bem aceite e conhecida, sobretudo no bairro de Santa Filomena, pacato, simples, muito amigo de todas as pessoas e, sobretudo “um bom atleta”.

O Botafogo Futebol Clube na sua página oficial, nas redes sociais, lamenta o passamento do seu ex-guarda-redes e manifesta os seus pêsames e consolação à família enlutada.

A Associação Regional de Futebol do Fogo prestou homenagem ao antigo guarda-redes com observação de um minuto de silêncio nos jogos das meias finais da Taça Fogo em Futebol, em que o Botafogo, a equipa que ajudou a fundar venceu académica por 1-0.

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