As autoridades judiciais de Cabo Verde avançaram esta manhã com o complexo processo de incineração das mais de 5,6 toneladas de cocaína (5.668 kg), confiscada, há pouco mais de uma semana, no mar alto a bordo de uma embarcação proveniente do Brasil. A operação, conhecida como Alcatraz, culminou com a detenção e prisão preventiva de cinco brasileiros e 2 montenegrinos.
Desde manhã cedo, cerca das 6h40, começaram as movimentações que envolveram um forte dispositivo de segurança, junto à sede da PJ, e numa operação seguida à lupa pela imprensa, como vem sendo habitual nos últimos processos relacionados com grandes apreensões de cocaína, na ilha de Santiago.
Aliás, devido há falta de uma incineradora, algo que já vem sendo reivindicado, há algum tempo, no país, mais uma vez, as autoridades têm de recorrer à queima a céu aberto, na lixeira municipal, curiosamente perto do maior campus universitário do país.
Praticamente toda a manhã, as movimentações envolveram o processo de deslocação e pesagem, além de outros protocolos afectos ao processo, antes de se avançar com a queima propriamente dita, que começou ao início da tarde.
Se as autoridades procederem de acordo com incinerações anteriores, para a queima propriamente dita da cocaína , a polícia deverá recorrer a combustível e à ajuda de pneus para “acelerar” o processo. A nuvem de fumo poderá ser visível no céu da capital.
Todo o processo está a ser seguido por um forte dispositivo de segurança, dado o significado da operação e a quantidade de droga envolvida.
O caso
A apreensão, recorde-se aconteceu no passado dia 1 de Abril, no mar alto, numa operação que conjunta da Polícia Judiciária e as Forças Armadas (Guarda Costeira), coordenada através do Centro de Análise e Operações Marítimas – Narcóticos (MAOC-N) e que contou ainda com a colaboração da Polícia Federal do Brasil, da Drug Enforcement Administration, da Marinha dos EUA e da National Crime Agency do Reino Unido.
A droga teria proveniência da África do Sul, mas o navio vinha do Brasil.
A operação, conhecida como Alcatraz, culminou com a detenção e prisão preventiva de cinco brasileiros e 2 montenegrinos.
Recorde-se que a maior apreensão de cocaína no país remonta a 2019, quando foram apreendidas exatamente 9,570 kilogramas ( cerca de 9,5 toneladas) a 31 Janeiro, na Praia, a bordo da embarcação ESER – de bandeira panamense.