O jovem António Pina, director executivo da Zoomly, diz estar “estupefacto” com a denúncia da Associação dos Taxistas da Praia que acusa a empresa de promover a clandestinidade. Por isso, pede a criação da lei “Uber” em Cabo Verde.
Em conferência de imprensa, na Praia, esta manhã, os empreendedores refutaram as informações recentemente divulgadas pela Associação dos Taxistas da Praia, que acusa a empresa de promover a clandestinidade nos serviços que presta, por alegadamente estar a usar veículos não licenciados para operar como táxi.
António argumenta inclusive que a empresa tentou entrar em acordo com o presidente da Associação dos Taxistas da Praia, mas não conseguiu, e garantiu que os carros privados com que a empresa trabalha não são clandestinos, uma vez que estabeleceram regras que são cumpridas pelos mesmos para poderem estar no Zoomly.
Sem resposta
O acordo, pontifica, era que o aplicativo seria só para os taxistas, no entanto a empresa Zoomly reuniu-se com a Associação dos Taxistas na Praia, que ouviu as propostas e nunca mais deu uma resposta.
“Por isso, quando vimos a notícia a vincular ficamos estupefactos porque na opinião pública parece que é uma coisa organizada e não é (…). Todos os táxis que temos na nossa plataforma foram pegos lá fora para fazermos a nossa base de dados”, salientou.
O mesmo elucida ainda que a Associação dos Taxistas da Praia não mostrou “total abertura” para a empresa, então, naturalmente, continuaram com o seu trabalho. Mas garante que a empresa ainda está aberta para cooperar e trabalhar com a associação.
Funciona por aplicativo
O jovem explicou ainda que os carros que prestam serviço à Zoomly não estão identificados porque a empresa não é dona dos veículos, e que trabalham com os condutores, garantindo-lhes um emprego que com o aplicativo Zoomly conseguem o “ganha pão” para a família.
Estes carros, esclareceu António de Pina, não estão nas ruas, pegando pessoas aleatórias como os clandestinos fazem, apanham as pessoas, na localização atribuída, que previamente solicitou o serviço pelo aplicativo.
Lei Uber
Quanto à alegada “concorrência desleal”, justificada pela Associação dos Taxistas da Praia, com o facto de que os carros que utilizam o serviço da empresa Zoomly não estão licenciados, não pagam impostos, não têm licença de aluguer, António garante que, neste momento, tencionam junto do Governo criar uma lei que permite fazer com que a empresa possa trabalhar sem a ideia de que está a “burlar o sistema”.
“Precisamos desta lei, que já devia existir em Cabo Verde há muito tempo, para que o nosso serviço não seja algo desvantajoso para os taxistas”, salientou frisando que no país não existe lei Uber.
Até lá, garante que irão continuar a trabalhar e que pretendem estender os seus serviços ao Sal e São Vicente.
30 taxistas associados
António avançou que trabalham com cerca de 30 taxistas, de modo que ficaram surpresos com as acusações da Associação dos Taxistas da Praia.
A demanda, diz, é muita, e o aplicativo está a ser “muito solicitado” por famílias e pessoas idosas que preferem um transporte “mais confortável e com acompanhamento”.
Aclarou ainda que Zoomly é uma plataforma ‘online’ que terceiriza serviços, oferecendo transporte aos seus clientes, que não se trata somente de táxis.
Desde a sua abertura em Dezembro do ano passado, assegurou, não houve nenhum crime relacionado aos carros que prestam serviço, e que, neste momento, o aplicativo tem 4.000 usuários.
C/Inforpress