Bruxelas (na Bélgica) acolhe, esta quinta-feira, 24, três Cimeiras de Alto Nível, com os líderes da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), do G7 (Grupo dos Sete Países Mais Industrializados do Mundo) e da União Europeia (EU) a procurarem transmitir um sinal de forte Unidade face à Guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, há precisamente um mês.
O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, de visita à Europa – conta o portal jn.pt -, participará nas três Cimeiras, tornando-se o primeiro Chefe de Estado Norte-Americano a marcar presença, fisicamente, num Conselho Europeu, naquela que é, simultaneamente, a Quarta Cimeira de líderes da UE nas últimas cinco semanas, e na qual deverá também intervir, por vídeo-conferência, o Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Espera-se que, Zelensky peça ao Mundo, nesta Cimeira da EU, que saia à rua “em nome da Paz”.
Portugal está representado na Cimeira da NATO e no Conselho Europeu – este último de dois dias, entre quinta e sexta-feira -, pelo Primeiro-Ministro, António Costa.
Agenda
Nesta quinta-feira, o dia começou com a Reunião Extraordinária de Líderes da Aliança Atlântica, no Quartel-General da NATO, em Bruxelas, durante a qual os Aliados aprovarão o aumento de Forças no Leste da Europa, designadamente, através do “empenhamento de quatro novos Grupos de Combate” para a Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia – segundo anunciou, na quarta-feira, 23, o Secretário-Geral da Organização, Jens Stoltenberg.
Naquela que é a primeira Reunião Presencial dos Chefes de Estado e de Governo da NATO, desde o Início da Guerra na Ucrânia, os Líderes deverão, também, concordar em fornecer Apoio Adicional aos Ucranianos, designadamente: “Assistência Cibernética de Segurança” e “Equipamento para ajudar a Ucrânia a proteger-se contra Ameaças Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares”.
Em cima da Mesa estarão, também, temas como a postura a adotar face à China e à Bielorrússia ou a necessidade de os diferentes Aliados reforçarem o Investimento em Defesa, face ao que Stoltenberg apelidou de “Nova Realidade” no Continente.
A NATO convidou Zelensky a discursar, através de vídeo-conferência, na cimeira da Aliança.
A seguir, e ainda no Quartel-General da NATO, terá lugar uma Reunião do G7, durante a qual deverão ser discutidas Sanções Adicionais e outras Medidas contra a Rússia – e também a sua “cúmplice” Bielorrússia -, assim como eventuais Medidas para estabilizar o Mercado Energético e fazer face à escala de preços.
Biden presente…
A partir das 15H30 desta quinta-feira, celebrar-se-á, então, um Conselho Europeu, marcado pela histórica presença do Presidente dos EUA, mas os 27, que se têm vangloriado de uma Unidade e Solidariedade exemplares, no quadro do Conflito em curso, têm pela frente uma Agenda preenchida e que promete acesas discussões.
Questões como um eventual endurecimento das Sanções à Rússia, designadamente, a nível de um Embargo à Importação de Gás e Petróleo, o pedido de Adesão da Ucrânia à EU, e, sobretudo, Medidas a tomar para fazer face à escalada dos preços da Energia ameaçam impedir o Consenso, face às diferentes sensibilidades dos Estados-Membros, numa Cimeira que se pretende particularmente simbólica, em termos de Unidade e Mensagem para o Exterior, no contexto da Guerra na Ucrânia.
Joe Biden reunir-se-á com os 27 entre as 15H30 e 17 horas locais (menos uma hora em Cabo Verde), antes do início formal dos trabalhos, e o tema central da discussão será, naturalmente, o Conflito na Ucrânia, mas também deverá ser abordada em conjunto a Diversificação das Fontes de Energia, para pôr fim à dependência do Petróleo, Gás e Carvão da Rússia.
Relativamente ao eventual reforço das Sanções à Rússia, os 27 têm agora posições um pouco divergentes, já que enquanto uns advogam a aplicação de mais Sanções desde já, outros defendem que é tempo de analisar o Impacto dos vários Pacotes já adoptados e tentar identificar lacunas na sua implementação, antes de avançar com Novas Medidas.
No entanto, fontes Europeias não excluem nenhum Cenário, até porque os Estados Unidos gostariam de passar uma “Mensagem Forte”, por ocasião da presença de Biden em Bruxelas.
Ainda mais delicada deverá ser a Discussão, no segundo dia de Cimeira, na sexta-feira, 25, sobre o Sector da Energia, devido às diferentes prioridades de cada Estado-Membro, sobretudo quanto às Medidas a tomar a curto prazo, para enfrentar a escalada dos preços da Energia.
Papa teme Terceira Guerra Mundial
O Papa Francisco, na Tradicional Audiência-Geral de quarta-feira, 23, voltou a falar da Guerra que se trava na Ucrânia.
Na Oração de Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Coração Imaculado de Maria, que, na tarde de sexta-feira, 25, a partir do Vaticano e de Fátima (em Portugal), vão rezar os Católicos de todo o Mundo, é pedida a Nossa Senhora Protecção da Ameaça Nuclear.
“Libertai-nos da Guerra, preservai o Mundo da Ameaça Nuclear”, lê-se numa das passagens da longa Oração, revelada pela Santa Sé e que se encontra disponível em 32 línguas, incluindo Russa e Ucraniana.
Lembrete
O Conflito na Ucrânia começou no passado dia 24 de Fevereiro, após o Presidente Russo, Vladimir Putin, autorizar a Entrada de Tropas naquele País do Leste Europeu.
A Invasão culminou com ataques por ar, mar e terra, com diversas Cidades bombardeadas, inclusive a Capital Kiev.
É “a Maior Operação Militar” dentro de um País Europeu, desde a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 a 1945.
A Ofensiva Russa provocou Clamor Internacional, com Reuniões de Emergência realizadas e previstas em vários Países, e pronunciamentos de diversos Líderes espalhados pelo Mundo, condenando o Ataque Russo à Ucrânia.
Em razão da Invasão, países como EUA, Reino Unido e o Bloco da União Europeia anunciaram Sanções Económicas contra a Rússia.
A Invasão ocorreu dois dias após o Governo Russo reconhecer a Independência de dois Territórios Separatistas, no Leste da Ucrânia – as Províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos “Nazistas”.
Outros motivos de Putin pela Invasão na Ucrânia dão-se pela aproximação do País ao Ocidente, com a possibilidade de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Aliança Militar Internacional -, e da União Europeia, além da ambição de expandir o Território Russo, para aumentar o Poder de Influência na Região.