O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves acredita que a visita do seu homólogo angolano ao país acontece numa “perspectiva pragmática”, no sentido de reforçar o “pilar económico e empresarial”, entre os dois países.
“Há uma enorme vontade entre os dois Estados no sentido de os empresários dos dois países poderem desenvolver os seus negócios, estabelecer parcerias e aproveitar as oportunidades que existem”, disse José Maria Neves, depois de se reunir com o presidente angolano, João Lourenço.
Criar as condições para que haja mais circulação de pessoas e bens entre Angola e Cabo Verde e trabalhar na integração das respectivas comunidades são outros objectivos deste encontro.
José Maria Neves avançou também que pelo facto de Angola presidir a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) poderá ajudar no reforço do “pilar de cooperação económica e empresarial” entre os nove Estados que integram a comunidade.
“O acordo que foi assinado durante a presidência de Cabo Verde para a mobilidade de pessoas e vai ajudar nestas relações, e devemos fazer de tudo para que também neste domínio Cabo Verde e Angola possam reforçar as relações”, recomendou a crer que os dois Governos vão buscar os instrumentos e ferramentas para a concretização de um conjunto de acções que vinham sendo negociadas.
“Recuperar o tempo perdido”
Pelo seu turno, o Presidente da Angola, João Lourenço, disse que esta visita demonstra que os dois países querem “recuperar o tempo perdido”, lembrando que a Comissão Mista Bilateral não se reunia há 14 anos e “acabou de o fazer há dois dias”.
“Portanto, isto é um sinal, e, como resultado dessa mesma reunião, vamos assinar hoje quatro importantes instrumentos de cooperação, sobretudo no domínio dos transportes aéreos e marítimos”, destacou.
Para além destes sectores, o chefe de Estado angolano, considerou que o seu país tem “muito a ganhar” se cooperar com Cabo Verde no turismo, no comércio e na administração pública, “por ser um caso de sucesso neste domínio”, e em matéria do poder autárquico.
“Angola ainda não tem constituído o poder autárquico, isto vai acontecer com certeza em breve, e com certeza que temos muito que aprender com Cabo Verde. Somos suficientemente modestos para reconhecer que neste domínio é aqui e noutros países que devemos buscar o conhecimento e experiência”, precisou.
Acordo de mobilidade
Por outro lado, apontou que o acordo de mobilidade vai “facilitar grandemente” uma “maior aproximação” entre os dois países, e garantiu que há vontade das duas partes para alcançar os níveis de amizade e cooperação que se pretende.
De visita a Cabo Verde, o presidente angolano recebeu as chaves da cidade, nos Paços do Concelho da Praia, visitou a Fundação Amílcar Cabral e depositou uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral.
João Lourenço vai também à ilha de São Vicente.
C/Inforpress