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Sociedade

Crianças desaparecidas: Processo passa agora a fazer parte do Departamento Central da Investigação Criminal do MP

O procurador-geral da República, Luís José Tavares Landim, avançou esta quinta-feira,10, na Cidade da Praia, que o processo de investigação das crianças desaparecidas pertence agora ao Departamento Central da Investigação Criminal do Ministério Público, garantindo que a investigação não está parada.

“Estes processos estão agora no Departamento Central da Investigação Criminal, da Procuradoria-Geral da República, onde temos os magistrados com menos pendências mas com maior experiência”, precisou Luís Landim, citado pela Inforpress.

O procurador-geral da República disse ainda que devido às pendências, a tendência é dar atenção aos processos “mais fáceis”.

“Portanto, este processo e outros mais complexos estão alocados ao Departamento Central de Acção Penal da PGR”, sublinhou.

No entanto, garantiu que a investigação sobre as crianças desaparecidas não está parada e que o processo está a avançar.

“A cada dia vai se fazendo a investigação. É uma situação muito delicada e acredito que possamos chegar a um bom termo. Portanto, não posso avançar muito porque está em segredo de justiça”, esclareceu Landim, acrescentando que avançar dados poderia prejudicar toda a investigação.

“Não faz sentido que as pessoas de fora saibam o que se vai fazer ou que já se fez porque não vai colaborar de forma nenhuma com a justiça e é daí a consagração legal do Segredo da Justiça”, precisou.

Histórico dos desaparecimentos

Desde Fevereiro de 2018, duas crianças, Clarisse Mendes (Nina) e Sandro Mendes (Filú), encontram-se desaparecidas e o país não sabe do paradeiro destes menores.

Encontra-se também pendente o caso da jovem Edine Jandira Robalo Lopes Soares, que deixou a casa em Achada Grande Frente (Praia), alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Praia. Mãe e filho nunca mais foram vistos.

Edvânea Gonçalves, uma menina de dez anos, também faz parte da lista negra das pessoas desaparecidas em Cabo Verde. Saiu da casa, em Eugénio Lima, Praia, para fazer um mandado, a pedido da mãe, junto de uma vizinha a pouco mais de 100 metros da sua residência, e não voltou. Mais tarde, foram descobertas ossadas na localidade de Ponta Bicuda, Achada Grande Trás, Praia, e apresentadas pela Polícia Judiciária como sendo dela.

A 13 de Julho de 2021, o jovem Ismael Silva saiu de casa e continua desaparecido.

O desaparecimento de pessoas já levou à realização de várias manifestações de rua, sobretudo na capital do país, e altas entidades têm expressado inquietude em relação a esta problemática.

O cardeal Dom Arlindo Furtado também considerou que a situação é “muito preocupante, grave e chocante” e, segundo ele, há “qualquer coisa que está a acontecer que não dá para entender”.

Em Junho de 2021, o procurador-geral da República, Luís José Landim, asseverou à Inforpress que a investigação sobre pessoas desaparecidas “nunca termina” enquanto não for esclarecido sobre o que aconteceu.

C/Inforpress

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