Designer e artista cabo-verdiana, nascida e criada na cidade do Mindelo, Gilda Barros começou a expressar a sua arte nas paredes de Sonsent. No seu pincel e na sua arte encontra armas para lutar contra o preconceito e reafirmar o seu lugar no mundo, enquanto mulher e enquanto mulher artista que trabalha nas ruas, exposta a vários tipos de preconceitos.
Hoje, no Dia Internacional da Mulher, “Gildoca”, nome com que assina os seus trabalhos, deixa uma mensagem de empoderamento e força a todas as mulheres, independentemente do que cada uma faz na vida.
“Meu trabalho reflete e representa muita força feminina, por eu ser uma mulher artista tenho orgulho de me expressar como tal”, escreveu, esta manhã, na sua página do Facebook.
“Comecei nas ruas, trabalho nas ruas, pinto nas ruas, sou das ruas, e, obviamente, por estar nas ruas, em cima de andaimes ou escadas, já ouvi muitos comentários machistas”, descreve, encorajando outras mulheres a se manterem firmes nos seus propósitos, sem nunca deixarem de fazer o que mais gostam.
Quebrar preconceitos
“Que as minhas mãos e o meu pincel sejam as minhas armas de destruição do teu preconceito! Sou mulher artista das ruas!”, diz, com orgulho.
Gildoca é formada em Design Gráfico, com uma actuação forte no ramo da arte urbana, através do graffiti.
O seu primeiro mural foi pintado em 2018, em Mindelo. Atualmente, os seus traços estão gravados, não só em São Vicente, como em outras ilhas, como Santo Antão e Santiago, através também dos projectos Kriol Urban Fest (Porto Novo) e Xalabas (Cidade da Praia).
Entre vários projectos, foi ilustradora, em co-autoria, do livro infantil português “Raízes Negras”, onde foi desafiada a ilustrar 50 pessoas negras que foram e são inspiração para muitos.
Em entrevista ao A NAÇÃO, em 2019, Gilda dizia que a arte urbana corre nas suas veias desde criança, arte que hoje utiliza para expressar o que pensa, de forma positiva e construtiva.
