Dezenas de praienses reuniram-se, este domingo, 6, em vigília pela Paz no Mundo, na praça Cruz do Papa, numa iniciativa promovida pela Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania, em conjunto com igrejas e sociedade civil. Para o cardeal Dom Arlindo, foi um sinal de que os cabo-verdianos estão “sensíveis” aos problemas dos outros.
“Isto é sinal de que somos humanos e estamos sensíveis aos problemas dos nossos irmãos, mesmo fisicamente longe”, afirmou o bispo de Santiago, para quem o que está a acontecer com os outros pode também ocorrer com Cabo Verde.
Instado por que razão a sua Igreja aderiu à iniciativa, explicou que a Igreja Católica, como qualquer instituição humana, tem como objectivo “servir a humanidade”.
“A guerra não resolve nada e só complica. Pertencemos todos à mesma humanidade e, por isso, quando uns sofrem, devemos ser todos solidários”, defendeu o bispo de Santiago.
Segundo as suas palavras, Cabo Verde é um país pequeno e as suas vozes não chegam a tantos lugares do mundo, mas é fundamental incutir nas crianças a atitude de paz, de diálogo, reflexão, partilha, de tolerância e de procura de solução pacífica de conflitos”.
Apelo ao diálogo
A presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC), Zaida Freitas, apelou aos líderes mundiais no sentido de conseguirem “outras formas de resolução de conflitos”.
“Os conflitos vão existir sempre porque fazem parte das relações humanas, mas temos de ter formas de os resolver sem recorrer à violência”, advertiu a presidente da CNDHC.
Por sua vez, o presidente da Plataforma das ONG, Jacinto Santos, uma das parceiras do referido evento, apelou que as armas se calem na Ucrânia e que as partes beligerantes se sentem à mesa das negociações.
Desejou que esta solidariedade chegue, não só aos ucranianos, mas também aos russos vítimas desta guerra “incompreensível e irracional”.
No final do evento, promovido pela Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania (CNDHC), em parceria com as Igrejas e a sociedade civil, um grupo de crianças soltou balões brancos e coloridos em sinal da paz.
De recordar que a Rússia lançou, na madrugada de 24 de Fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar e “desnazificar” o país vizinho, afirmando ser a única forma de a Rússia se defender e garantiu que a ofensiva durará o tempo que for necessário.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
C/ Inforpress