O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que, caso seja convidado para o efeito, o país está disponível para mediar a crise entre a Rússia e a Ucrânia, tendo em conta a sua experiência em conflitos.
“Apelamos às duas partes (Rússia e Ucrânia) para que se sentem à mesa das negociações e nós estamos disponíveis, se precisarem da nossa mediação, para falar com as partes”, declarou.
O líder guineense falava aos jornalistas no Palácio da Presidência do país, em Bissau, onde concedeu posse, esta terça-feira, a três novos comandantes das Forças Armadas.
“A mesma posição da União Africana”
Sissoco Embaló esclareceu que a posição da Guiné-Bissau é a mesma defendida pela União Africana, no conflito entre a Rússia e a Ucrância, mas frisou ter enviado mensagens aos presidentes desses país, apelando-lhes que privilegiem o diálogo.
“São países vizinhos, que devem saber coabitar”, sublinhou o chefe de Estado, reforçando a ideia de que a Guiné-Bissau poderá facilitar o diálogo, dentro do conceito de que “não existe Estado pequeno”.
Embaló disse ter falado com vários líderes africanos e europeus, nomeadamente o Presidente e o primeiro-ministro portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, respetivamente, sobre o conflito na Ucrânia e com todos manifestou a sua preocupação pela perda de vidas humanas.
Ofensiva russa
A Rússia lançou na quinta-feira, 24, de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças.
A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
C/ DW