O Instituto do Mar (IMAR) apresentou esta quarta-feira,23, em São Vicente, o projeto de desenvolvimento da frota pesqueira de camarão soldado em Cabo Verde. Prevê-se a captura de cerca de 192,5 toneladas de camarão soldado por ano.
Volvidos vários anos de estudos e pesquisa, este projecto, que foi lançado em 2003, já deu os primeiros passos com as primeiras pescas de camarão soldado, ao largo do Vale de Flamengo, Sul de São Vicente, nos dias 21 e 22 deste mês.
Segundo os promotores do projecto, apresentado hoje, prevê-se a captura de cerca de 192,5 toneladas de camarão soldado por ano.
Este é considerado um projeto com uma dimensão multissectorial, que irá complementar e dinamizar a pesca artesanal, principalmente, nos períodos considerados “mortos” e ainda alavancar o sector gastronómico, uma vez que se poderá ter acesso a camarão de qualidade e fresco no mercado.
Reforço do potencial produtivo
Para Malik Duarte Lopes, presidente do Conselho Diretivo do Instituto do Mar, o desenvolvimento da frota pesqueira de camarão soldado, em Cabo Verde, é um projeto importante porque irá contribuir para o reforço do potencial produtivo nacional, procurando garantir condições de sustentabilidade e conectividade no tecido empresarial ligado ao mar.
Explicando ainda que trata-se de uma “ação piloto de transferência de tecnologia, mas também de conhecimento teórico e prático para o desenvolvimento da pesca semi-industrial, através da pescaria de camarão soldado nas águas de Cabo Verde”. Igualmente, diz, “assume também a ambição de, ao mesmo tempo, conseguir uma valorização económica dos produtos da pesca e ainda o rendimento e bem estar das famílias”.
Armadores expectantes
Apesar do atraso na efetivação deste projeto o Presidente dos Armadores de Pesca João Lima, enquanto representante deste sector, encara o projeto como uma mais valia para o sector justificando “que é uma oportunidade para os armadores, e para a pesca artesanal, em começar a capturar o camarão soldado e agregar valor a este produto e disponibilizar no mercado nacional e, posteriormente, apostar na exportação”, explica.
Essa fonte diz, contudo, que há alguns ajustes que devem ser realizados para que o sucesso deste projecto seja efectivo, nomeadamente a “adaptação das embarcações” que temos para este tipo de pesca, promover este projeto no seio das aldeias piscatórias e ainda formar os pescadores para este tipo de pesca.
De lembra que o projecto foi desenvolvido em parceria com a associação de pesca (APESC), com a Fundação do Parque Científico e Tecnológico da universidade de Las Palmas, e a tutela do mar, entre outros parceiros.
Louisiene Lima (Estagiária)