“O invisível do voo”, livro de poemas de José Paulo Santos, é apresentado esta sexta-feira,18, no Centro Cultural Português, na Praia. Com prefácio de Jorge Carlos Fonseca, a obra é composta por 80 poemas, em torno do amor, da mulher e das relações interpessoais, inspirados entre Tunísia e Cabo Verde.
José Paulo Santos, autor português a viver em Cabo Verde, lança amanhã, sexta-feira, 18, o seu segundo livro de poemas, “O invisível do voo”. A obra, com a chancela da Editorial Novembro, vai ser apresentada por Vera Duarte, às 18 horas, no Centro Cultural Português, na Achada de Santo António.
Neste livro que sucede “Aldeias em Mim” (2017), Santos convida o leitor a “acompanhar as aventuras e desventuras do tempo que temos e da capacidade de olhar e desvendar, a do poeta e a nossa”.
Em entrevista ao A NAÇÃO, o autor adianta que a maioria dos 80 poemas que compõem esta obra foi escrita na Tunísia, país do Norte da África que o acolheu por três anos, numa missão de trabalho na área da Educação e da Cultura, do Instituto Camões, a que fazia parte.
Simplificar as emoções e os sentimentos
No entanto, garante que “O invisível do voo” conta também com poemas sobre Cabo Verde, o seu tributo, reconhecimento e agradecimento por este país que tão bem o acolheu na ilha de Santiago.
Os poemas em torno do amor, da mulher, das relações interpessoais, representam também a própria concepção do mundo, aos olhos do seu autor, sem dispensar a prosa.
“Este livro não foge ao meu estilo muito próprio de escrita, algo natural entre os poetas, aqueles que têm o mundo muito próprio. Ele traz uma poesia doce, simples, cumprindo o meu trabalho de tornar simples o que poderá ser complexo em termos de emoções e sentimentos”, explicou o escritor, referindo que “O invisível do voo” é uma busca profunda da simplicidade para que o leitor deambule e sinta-se também amado.
A obra de 120 páginas dispensa capítulos e deixa os poemas livres para serem intitulados pelos leitores. “O primeiro verso e cada linha foi destacado em negrito pela Editora Novembro mas a minha ideia e intenção foi mesmo de deixar os poemas sem títulos, deixando as pessoas livres para decidir que título daria a cada um, depois da sua leitura”, especificou.
Prefácio de JCF
A obra conta com o prefácio do escritor e ex-presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que convida cada um dos leitores a “embarcar nesta aventura que é sempre acompanhar o sujeito poético nas venturas e desventuras do tempo (real e psicológico) que nos tocou viver. E esta é uma aventura da qual saímos sempre enriquecidos e diferentes, ao menos por nos confrontarmos com um diverso olhar”.
Apresentação de Vera Duarte
O livro cuja primeira apresentação aconteceu em Dezembro de 2021, em Aveiro, Portugal, vai ser dado à estampa esta sexta-feira,18, no CCP, por Vera Duarte.
“Admiro muito o seu trabalho, a sua obra e tenho certeza que ela vai ter um olhar profundo sobre este livro e enquanto poetisa, saberá entender e interpretar da forma dela, a poesia que está presente no Invisível do Voo”, justificou assim, a sua escolha.
Um dos encantos do “Invisível do Voo” e que salta à vista, ao primeiro contacto, é a sua capa, autoria da conceituada artista plástica portuguesa, Teresa Gonçalves Lobo.
Relativamente aos projectos literários, enquanto amante e cultor da poesia, José Paulo Santos diz que tem em compilação muita escrita, prometendo assim, outros livros por lançar. Mas o seu desejo maior, por agora, é ver os poemas profundos do invisível do Voo serem transformados em belas mornas e levadas ao palco pelos artistas cabo-verdianos e não só.
Sobre o autor
José Paulo Santos é poeta, professor e formador, nascido em Sever do Vouga em Portugal. Actualmente, vive em Cabo Verde, ilha de Santiago.
Professor de Língua e Cultura Portuguesas e Francesas pela Universidade de Aveiro, lecionou no Ensino Secundário e na Universidade de Lisboa e no Instituto de Línguas de Tunes. Possui várias pós-graduações e iniciou o seu doutoramento na área das Tecnologias Educativas.
Em 2017 publicou o livro de poesia “Aldeias em Mim”, para além de vários poemas em antologias, entre eles, “Terra, Uma Poética de Nós”, que inclui poemas de Mia Couto, Boaventura de Sousa Santos. Representou Portugal no Festival International de Poésie de Sidi Bou Said, na Tunísia, em 2018, e está presente no Festival de Poesia de Lisboa, em 2021.