PUB

São Vicente

Coordenadora do gabinete de apoio às vítimas de VBG alerta sobre os  primeiros indícios de violência no namoro

A coordenadora do gabinete de apoio às vítimas de violência baseada no género (VBG) da Polícia Nacional, no Mindelo, pediu hoje,14, mais atenção aos primeiros sinais de um “relacionamento abusivo”, para evitar casos “mais graves”.

Em entrevista no âmbito do Dia dos Namorados, comemorado hoje, 14 de Fevereiro, Elsa Almeida garantiu que os casos de atendimento a vítimas de violência no namoro são “muito poucos” e que os que são atendidos no gabinete acontecem, normalmente, quando o relacionamento termina.

“Também nos poucos casos que temos atendido relacionados com adolescentes que relatam violência no namoro, em quase todos, a questão da invasão de privacidade no telemóvel está presente e os namorados querem sempre ver o que a companheira tem feito, e com quem esteve a falar no telemóvel”, explicou a psicóloga, citada pela Inforpress.

A mesma adiantou que no mês de Janeiro, atenderam dois casos semelhantes, em que, em ambos, os telemóveis foram destruídos pelos namorados.

Situações estas que demonstram “alguma falta de respeito pela liberdade do outro”, que está “bem patente nos jovens-adolescentes”,  e que a equipa do gabinete tem tentado combater, através de palestras feitas nas escolas.

Primeiros indícios de violência

Elsa Almeida lança assim, um apelo para que se tenha atenção aos primeiros indícios de violência num relacionamento.

“Ver quando o companheiro ou companheira começa a reduzir o seu espaço de ir e vir, fazer muitas perguntas sobre o seu percurso, não de uma forma positiva, e a impedir de conviver com a família e amigos”, alertou.

Por outro lado, advertiu que, diante de uma primeira ameaça focada, de forma verbal ou com armas, deve-se sempre procurar a polícia, que sempre ajuda, “até nos pequenos conselhos que dá”.

Isto porque, advogou, as relações entre homens e mulheres “precisam ter uma outra abordagem na actualidade, por forma a desconstruir a visão de antigamente, em que era normal uma mulher apanhar do marido”.

VBG não é somente mulheres

Contudo, quando se fala em VGB, não são somente as mulheres as vítimas. Elsa Almeida assegurou que o gabinete tem atendido, também, às queixas de homens, embora poucas, mas mais relacionadas com a violência psicológica.

“Temos tido alguns homens que vêm cá e dizem fazer isso para não chegar ao ponto de responder à agressão da companheira e, quando isso acontece, o procedimento é igual, chamamos a suposta agressora para saber os detalhes e aconselhar a parar com as agressões”, disse.

No último trimestre de 2021, este gabinete atendeu 43 casos que foram encaminhados ao Ministério Público e 41 de queixas de conflitos que “ainda não constituem matéria crime”, mas que são seguidos pela Polícia Nacional. Em janeiro, foram 12 encaminhados ao Ministério Público e nove de conflitos a serem seguidos.

O perfil das vítimas, segundo a mesma fonte, são mulheres de baixa renda, donas de casas e empregadas domésticas, na sua maioria, e com uma média de idade entre os 30 e os 50 anos.

C/Inforpress

PUB

PUB

PUB

To Top