Anilton Barradas deixou um emprego estável para apostar num empreendimento próprio, na área de electricidade. Alguns meses depois, e já a colher frutos da sua ousadia, exorta os jovens a não se deixarem vencer pelo medo, sem, no entanto, ignorar as variantes que podem fomentar esse receio de arriscar.
O jovem de 33 anos, natural de Assomada, já trabalhava por conta de outrem desde 2016, ano em que se formou e ingressou num estágio, na mesma empresa. Foi, segundo disse, um período necessário para adquirir experiência e aprender, mas que não o satisfazia mais, enquanto profissional.
No início de 2021, decidiu sair e aventurar-se a trabalhar por conta própria, seguindo um caminho independente, através da empresa ILUTEL, situada no bairro de Achada São Filipe, na Cidade da Praia, e formalizada em julho do mesmo ano.
A empresa presta serviços de eletricidade, telecomunicações, climatização e canalização.
“No mês de fevereiro, eu já estava a trabalhar sozinho. Quando trabalhamos em um sector do tipo, por vezes, não é compensável trabalhar para terceiros. Em alguns casos, o seu esforço não é recompensado, ou mesmo a empresa não dispõe de margem para te recompensar melhor”, explicou o jovem.
Hoje, embora ainda não tenha funcionários contratados, já “emprega” mais dois jovens, em regime de prestação de serviço e está à procura de estagiários para integrar a equipa.
Vencer o medo
“Foi a melhor decisão que tomei na vida e tem valido a pena. Acredito que aconteceu no tempo certo”, diz Anilton, segundo o qual, é preciso haver planeamento, tendo em conta as dificuldades que um empreendedor está sujeito a ultrapassar, principalmente na primeira fase de um negócio próprio.
Anilton Barradas não esconde que teve algum receio de tomar a decisão, o que, segundo disse, é natural, mas que isso não deve impedir as pessoas de saírem da sua zona de conforto.
Por outro lado, diz, saiu já com o terreno preparado, para não ficar sem fazer nada no início.
“Já tinha um contrato de prestação de serviço, com uma empresa da praça, que me permitiu ter alguma margem, enquanto colocava a minha empresa de pé.
“Na primeira fase confesso que foi um pouco estranho, pois estava acostumado a ter o meu dia preenchido de manhã à noite. Mas as coisas foram acontecendo aos poucos e tudo se ajeitou”, declara.
Independentemente destes primeiros momentos, diz, é preciso abrir mão de alguma coisa para se conseguir algo melhor.
“Há sempre uma porta que se abre depois que uma outra se fecha”, diz, em jeito de encorajamento para outros jovens.