Os armadores do cais de pesca da Praia alertam para a necessidade de formação e melhoria de condições de acesso à banca. Esta foi uma das reivindicações deixadas durante um encontro com o ministro da tutela, Abraão Vicente, esta terça-feira, 8.
A armadora Maria Semedo avançou à imprensa que uma das maiores preocupações da classe tem a ver com o financiamento, estando inclusive alguns deles sem conseguir colocar suas embarcações no mar por falta de financiamento.
“Se o ministério do Mar for um parceiro, podemos ir aos bancos e estes poderão nos dar empréstimos com uma taxa de juros mais baixa. Hoje os bancos não estão a aceitar as nossas embarcações como garantia porque não estão a confiar muito nelas. Se tivermos o ministério do nosso lado poderemos vir a ter um bocadinho mais de confiança e também uma taxa de crédito um bocadinho mais baixa”, apelou.
Um arrastador de embarcações é outra das preocupações.
“Por exemplo, há dias a minha embarcação foi incendiada e isto foi muito porque não há um espaço para armazenar as embarcações. Deus há-de pagar à Enapor que nos cedeu um espaço para colocarmos as nossas embarcações, mas, mesmo assim, é inseguro. Se tivermos um espaço para colocar, iríamos contratar um guarda, o que nos daria mais segurança e descanso”.
Essa fonte disse ainda que não têm a cobertura de seguros para o carregamento das embarcações, e em caso de queda, são os armadores a arcar com os prejuízos. Também, o custo para o carregamento é muito elevado, chegando, às vezes, perto de 200 mil escudos.
A essas queixas junta-se ainda a falta de um espaço para armazenamento do pescado, sendo que em época alta, onde há muito peixe, são obrigados a jogar fora.
Já Jorge Mendonça, também armador, destacou que quando há qualquer avaria “mais profunda” nos seus navios, são obrigados a se deslocar para São Vicente, acarretando custos e tempo de reparação da avaria.
“Então, ter um espaço aqui na Praia para fazer o arrastamento do navio seria muito bom para o ramo onde estamos a operar. Temos muita necessidade de um espaço para a reparação de redes, na falta deste temos que procurar um espaço para alugar, o que é sempre também um custo acrescido”, defendeu.
A classe, segundo este armador, precisa de formação porque não há neste momento, por exemplo, mestres de navegação e motoristas formados para dar resposta à quantidade de navios existentes.
“Então é uma série de reivindicações que estamos a fazer, estamos a falar com entidades competentes para vermos que conseguiremos resolver e o nosso sector desenvolver e colaborar para a sustentabilidade do nosso país”, concluiu.
C/Inforpress