Jornalistas de vários órgãos de Comunicação Social de São Vicente, juntaram-se, num acto solidário, em frente ao Palácio da Justiça, da ilha, à mesma hora que decorria a manifestação dos seus colegas, na Praia, em frente à Procuradoria Geral da República, em prol da liberdade de imprensa, um valor “intocável”, num estado de direito democrático.
O protesto vem na sequência da constituição de arguidos e acusados de crime de desobediência qualificada, dos jornalistas Daniel Almeida e Hermínio Silves, e seus respectivos órgãos de Comunicação Social, no âmbito do processo de investigação sobre crime de violação de direito de justiça aberto pelo Ministério Público, no caso Zezito Denti D´Oru.
O jornalista Nuno Ferreira foi um dos profissionais que marcou presença neste protesto pacífico, por acreditar que há princípios que devem ser salvaguardados para que haja o funcionamento da liberdade de imprensa e destaca que a união é importante na defesa da liberdade de expressão e informação.
“É sinal de presença e de união da classe jornalística, o que é raro de acontecer. É importante sinalizar que há valores que são intocáveis num estado de direito democrático, entre os quais, o valor da liberdade de imprensa. É preciso salvaguardar esse valor e algumas movimentações da justiça, nomeadamente do ministério público, ultimamente, deixaram-nos preocupados com a salvaguarda desses valores”, defendeu.
Esses profissionais de São Vicente, à semelhança dos demais colegas da classe, no país, defendem ainda uma revisão da lei, que, como já vem sendo debatido amplamente na imprensa por vários constitucionalistas, inclusive, é dúbia, sendo que muitos defendem que a liberdade de imprensa e o interesse público, em primeiro lugar, devem prevalecer nestes casos.
Lousiene Lima
*Estagiária