As agências de viagens de São Vicente e os mindelenses, no geral, estão optimistas quanto à retoma dos voos da TACV/CVA para aquela ilha. Isto quando os voos estavam suspensos desde 2017, na altura tendo os islandeses como maiores acionistas e o Governo, e que decidiram colocar o foco no Hub do Sal, deixando os utentes que faziam a ligação directa com Lisboa (Portugal) nas mãos dos preços da TAP, amplamente criticados por serem “exorbitantes”.
Agora, reina o optimismo e a intenção que a retoma tenha vindo para ficar. É que a TACV/CVA efetuou ontem e hoje o primeiro voo de ligação Lisboa/São Vicente e vice versa, depois de cerca de cinco anos de inatividade. Esta retoma para os mindelenses, ouvidos pelo A NAÇÃO, online é uma grande satisfação e é com optimismo que recebem a companhia de bandeira de volta à ilha.
Segundo informações obtidas da parte de algumas agências de viagens este é um grande passo para dinamizar o mercado e a procura, através deste canal de distribuição, tem sido bastante razoável, estando expectantes que melhore ainda mais.
Para Celma Fonseca, da agência Atlantur, é sempre bom voltar a ter a companhia de bandeira e é visível a satisfação das pessoas. “ Já tinham saudades e já conseguimos sim, vender um número razoável de bilhetes. E esperamos que a CVA consiga em breve solidificar as operações incluindo novas rotas”.
Essa fonte acrescenta ainda que com a volta da TACV/CVA a TAP já começou a reagir aos preços, o que é bastante positivo.
Apelo para adesão à companhia
Para os Mindelenses entrevistados essa a retoma é uma resposta a uma necessidade que há muito se fazia sentir, e é uma forma de acabar com a hegemonia da companhia TAP.
António Reis espera que haja “continuidade para beneficiar a todos os cabo-verdianos”, visto que, na sua óptica, a concorrência “maltratou as pessoas com preços exorbitantes”. Nesse sentido, apela aos cidadãos nacionais para apostarem na TACV/CVA de modo a garantir a sua sustentabilidade.
Também Crisna Lima, enquanto passageira no voo que rumou hoje a Lisboa, disse estar satisfeita principalmente devido ao preço. “A retoma dos voos, financeiramente, foi bom, já fazia falta concorrência uma vez que os preços anteriormente dispararam e não estamos numa altura propriamente barata. Adquiri o meu bilhete e do meu filho que ainda não tem um ano por 26 mil escudos”, diz.
Com uma retoma destacada por preços acessíveis e atrativos e pela pontualidade, tanto ontem como hoje, o avião aterrou e decolou minutos antes da hora prevista.
Os bilhetes podem ser adquiridos tanto online, através do site da TACV/CVA, como através das agências de viagens.
De salientar que os voos estão a ser feitos por uma tripulação e um avião alugado pela TACV/CVA uma vez que quer pilotos, quer tripulação estão com as licenças caducadas devido ao tempo de paragem a que a companhia esteve sujeita. Recorde-se que depois de romper relações com os islandeses, o parceiro escolhido pelo Governo para a privatização, a companhia passou novamente para as mãos do Estado cabo-verdiano.
Lousiene Lima (Estagiária)