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Desporto

Teqball conquista cabo-verdianos

O teqball, espécie de “futebol de mesa”, tem conquistado os cabo-verdianos. Desde 2019, ano da realização das primeiras experiências em Cabo Verde, nos Jogos Africanos de Praia, o número de praticantes tem crescido, tendo já associações regionais organizadas e uma federação nacional da modalidade constituída para dinamizar a prática no país. 

Inventado em 2014, na Hungria, o teqball é praticado entre dois jogadores como um jogo simples ou entre três a quatro jogadores como um jogo de duplas, que se assemelha ao ténis de mesa. A modalidade é praticada em uma mesa curva e com uma bola semelhante à de futebol, atingida por qualquer parte do corpo, exceto pelas mãos.  

Em Cabo Verde, esta modalidade foi introduzida em 2019, pela Federação Internacional de Teqball aquando dos primeiros Jogos Africanos de Praia, realizados na ilha do Sal, em Julho. Na altura, dois teqers (jogadores de teqball) cabo-verdianos, Ekson da Graça e Rodirley Duarte, foram qualificados para o mundial da modalidade, na Hungria. 

À conquista dos cabo-verdianos
Desde então, a modalidade tem conquistado novos adeptos, em todas as ilhas, o que fez com que o país reforçasse o comprometimento na introdução do desporto em Cabo Verde, através de Rodrigo Bejanaro e do Comitê Olímpico Cabo-verdiano.  

Primeiro foram criados os clubes e as associações regionais e, desde Dezembro de 2020, uma Federação Nacional de Teqball que, apesar do reconhecimento pela Federação Internacional de Teqball, ainda espera reconhecimento nacional do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).

O programa de introdução do desporto no país arrancou nas escolas secundárias com formações e distribuição de materiais, como mesas e bolas para a prática e organização de clubes e divulgação da modalidade com o apoio das Câmaras Municipais do país e do Comité Olímpico e continua com a formação de treinadores e árbitros. 

Entusiasmo 
Para Rodrigo Bejarano, presidente da Federação Nacional de Teqball, as pessoas estão “muito entusiasmadas” com a novidade, com o número de praticantes a aumentar a cada dia. 

“O teqball parece ter sido criado a pensar em Cabo Verde. É uma modalidade que se adapta perfeitamente ao cabo-verdiano por gostarem de uma bola. Além do mais, temos a vantagem de ser um desporto inclusivo, misto, e que respeita os protocolos contra a Covid-19, tendo em conta que estão separados por uma mesa de dois metros e meios”, conta ao A NAÇÃO.

Pelas ilhas já estão criadas nove Associações Regionais de Teqball, sendo seis devidamente registradas, e que têm promovido a modalidade nas respectivas regiões, com a massificação da prática e realização de competições. 

Um dos objetivos da Federação Nacional de Teqball é de aproveitar a dinâmica internacional da modalidade para unir o turismo ao desporto em Cabo Verde e contribuir para o incremento da economia nacional através do desporto. 

Uma das melhores do mundo
Para já, esta Federação está “bem classificada” ocupando o sétimo lugar a nível mundial e o segundo em África na promoção do Teqball em mais de 130 países. Um resultado que satisfaz o presidente e a todos os envolvidos na introdução da modalidade em Cabo Verde.

“Estamos felizes, contentes e muito orgulhosos porque nós criamos a federação durante a pandemia com poucos recursos e sem apoios diretos, a não ser da Federação Internacional. Estamos num bom caminho, a introdução é um processo e pouco a pouco chegamos onde queremos”, reage ao A NAÇÃO Rodrigo Bejarano que destaca ainda, a nomeação da presidente do Comité Olímpico Cabo-verdiano Filomena Fortes como membro executivo da Federação Internacional de Teqball como uma mais valia para a modalidade em Cabo Verde.  

Para os próximos meses a Federação Nacional continua os trabalhos de implementação da modalidade, esperando celeridade no reconhecimento à nível nacional, bem como no reforço de clubes. 

Reforço das actividades  
Actividades de demonstração do desporto serão, também, realizadas pelas cidades, segundo Bejarano, com a instalação de mesas de teqball em pontos estratégicos para demonstração da prática. 

Campeonatos regionais de Challenge também estão previstos, com a ambição de se realizar o Campeonato Nacional de Teqball com os melhores do país. Até agora, o Challenge Internacional de Santiago Sul, de 2021, foi a maior competição de teqball organizada no país e já se pensa na organização da segunda edição, também com a presença de teqers internacionais. 

A Federação Nacional de Teqball espera contar com mais parceiros para a dinamização da prática e conquistar mais meninas para o desporto, tendo em conta o seu caráter misto, transformando, assim, o teqball em mais uma atratividade nacional em Cabo Verde. 

Rody Duarte: um ‘teqer’ com fome de bola 

Rody Duarte teve o seu primeiro contacto com o teqball em 2019, durante os Jogos Africanos de Praia, na ilha do Sal. Juntamente com o colega Ekson da Graça foram seleccionados para representar Cabo Verde, na altura, no mundial da modalidade na Hungria.

Uma estreia na modalidade com o pé direito, atiçando, ainda mais, a vontade de Rody de permanecer no desporto e de participar na implementação da prática em Cabo Verde. Jogador de futebol de carreira, as técnicas já aprendidas nos relvados ajudaram o teqer a dominar o controlo de bola nas mesas de teqball.

Este desportista diz ter “fome de bola” e gosta de tudo que envolve bola e o teqball surgiu como paixão. O controlo de bola no teqball, segundo Rody, é uma das maiores dificuldades, mas que podem ser resolvidas na prática.

“Gosto de tudo que envolve bola e apaixonei-me pelo teqball. No meu primeiro contacto com a modalidade, o que mais chamou a minha atenção foi, sem dúvidas, o controle da bola. Se não conseguimos ter o controlo da bola, não conseguimos jogar”, avança Rody Duarte.

De resto, acredita que a modalidade têm cativado os cabo-verdianos e feito “muito sucesso” no país, com “muita gente a praticar” e a pedir por competições, o que, como diz, mostra a visibilidade que a modalidade começa a ter em Cabo Verde e o trabalho da Federação Nacional de Teqball na massificação da prática que busca inclusão olímpica. 

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 752, de 27 de Janeiro de 2022

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