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Política

Pensar São Vicente: Business Summit focado no sistema bancário e na cultura

O primeiro painel dedicado ao mundo de negócios, em São Vicente, teve como temas chaves o sistema bancário e a cultura. As duas questões foram discutidas no segundo dia do Fórum Pensar São Vicente 2035, com críticas e defesa do sistema bancário, enquanto agente promotor do desenvolvimento de Cabo Verde.

Este painel foi presidido pelo vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, tendo como participantes o edil Augusto Neves e o presidente da Câmara Comércio do Barlavento, Jorge Maurício.

Este operador económico, na sua explanação, proferiu duras críticas ao modo de operar da banca, apontando as “falhas” e enfatizando as “dificuldades” de acesso ao crédito, elevadas taxas de juros, garantias difíceis de cumprir, destacando ainda a inexistência de um Bureau de Crédito.

Como fez saber, se houvesse um Bureau de Crédito os processos de acesso ao crédito seriam melhores visto que essa “seria uma ferramenta extremamente importante para facilitar e harmonizar os processos de pedido de financiamento bancário”.

Banca versus empresas

Olavo Correia procurou, de algum modo, colocar a água na fervura, justificando que no capítulo do acesso ao crédito “não se pode colocar o ónus apenas em cima da banca”.

“Há o problema da informalidade, muitas empresas não estão devidamente organizadas, estão no ‘informal’, não querem prestar contas à governança, não querem estabelecer parcerias e essa cultura tem de ser mudada porque é uma exigência do mundo moderno”, alertou.

Entretanto, da parte do Executivo, segundo Correia, o Governo está a trabalhar para mitigar os riscos, “criando assim vários instrumentos, nomeadamente o Fundo de garantia parcial, Fundo Soberano de Garantia para o crescimento privado”, e que ainda vai ser criada uma linha de financiamento para as micro pequenas e médias empresas avaliada em 9 milhões de contos.

O VPM anunciou, igualmente, que o Governo está a trabalhar para a redução substancial das taxas de juros, de modo a que os empresários possam ter o acesso fácil ao crédito bancário, salientando, entretanto,
que “o problema da informalidade deve ser resolvido e igualmente deve ser criada uma cultura de cumprimento de prazos, compromissos e de responsabilidades”.

A cultura

Um outro ponto de destaque do painel foi a cultura, considerada elemento diferenciador e o factor chave para atrair investimento para a ilha e para o país.

Ao intervir nesta questão, depois de abordar a política da sua câmara com vista a atrair mais investimentos, o autarca Augusto Neves apresentou as potencialidades que São Vicente apresenta no campo da cultura e do entretenimento.

Ao intervir também neste debate, o vice-primeiro-ministro partilhou vários pontos de vista do presidente da CMSV, lembrando que “nós em Cabo Verde dificilmente podemos vender estrelas em termos de hotéis, o que nos podemos vender é a nossa cultura, identidade e especificidade”.

Olavo Correia reforçou ainda que “não se pode pensar Cabo Verde, no turismo, num país de serviços e eventos, sem pensar na Cultura e nas manifestações culturais sendo que este é um elemento intrínseco a toda a atividade económica… investir na cultura é investir na economia”.

Louisiene Lima (Estagiária)

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