O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, garantiu, este sábado, no Mindelo, que os grupos oficiais do Carnaval de São Vicente devem receber um apoio de 500 contos para accções sociais e ajudar agentes desta festa.
Segundo a mesma fonte, que falava à imprensa após um encontro com o presidente da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV), Marco Bento, e com o presidente do Mandingas de Ribeira Bote, Nilton Rodrigues, o montante total a ser remetido aos grupos oficiais nesta primeira fase será à volta de dois mil contos.
“A câmara municipal fez uma transferência à volta de 500 mil escudos e nós iremos completar com mais 500 mil escudos agora nesta fase, para cada grupo”, assegurou Abraão Vicente, lembrando que desde 2017 o financiamento anual ao Carnaval de São Vicente tem sido “à volta dos seis mil contos”, 60 por cento (%) da verba total de 10 mil contos, e os restantes 40 mil para os outros municípios.
A intenção neste ano, em que mais uma vez não haverá desfiles de Carnaval devido à pandemia da covid-19, é estimular os grupos nos outros municípios, “mas não na mesma proporção que os grupos da cidade do Mindelo”.
“Eu assumo hoje como assumi em 2017 quando deu a polémica. Temos que valorizar a manifestação cultural lá onde ela tem raízes para crescer e se transformar num movimento económico”, disse Abraão Vicente, para quem o foco é transformar Mindelo numa “cidade do Carnaval”.
Isto porque, advogou, é um produto cultural de mais-valia e que vai ser financiado através do Plano Operacional do turismo.
A verba destinada terá com grande foco a acção social para ajudar os que fazem e vivem do Carnaval e estão há dois anos sem a festa e assim “mitigar as necessidades” desses agentes, através de uma transferência feita à LIGOC, ainda neste primeiro trimestre, para pagamento desses agentes localizado em cada um dos grupos, concretizou o governante.
O presidente da LIGOC-SV, Marco Bento, enfatizou o facto de ser a primeira vez na história que os grupos carnavalescos estão a receber financiamento com um ano de antecedência e que não vai ficar somente pela acção social.
Desta forma, vai-se aproveitar esse cancelamento da festa para aprimorar o Carnaval de 2023, a começar por ministrar workshops, essencialmente, segundo a mesma fonte, “para instruir as pessoas de como o Carnaval vai funcionar”.
“Carnaval desde 2018-2019 sofreu algumas alterações, mas a população não está a perceber as regras e os parâmetros que foram introduzidos no Carnaval”, considerou Marco Bento, adiantando que os workshops vão ser direccionados para o público em geral e também para os grupos.
Outras das iniciativas, sublinhou, é de trabalhar num plano estratégico no horizonte de cinco anos para “trazer alguma diferença da forma como os grupos actuam” e que vai incluir a sustentabilidade que se quer para a “indústria” do Carnaval.
O responsável da LIGOC já conversou com o ministro da Cultura sobre a necessidade de o Carnaval entrar para o roteiro turístico, algo que, asseverou, poderá ficar mais claro com o plano estratégico.
Marco Bento informou ainda que, devido à pandemia, os grupos estão com falta de matéria-prima no mercado para indumentárias e carros alegóricos e por isso os responsáveis devem viajar ainda este ano para se fornecer destes equipamentos no Brasil. Uma viagem já feita há alguns anos e “muito apoiada” pela câmara municipal.
Abraão Vicente, por seu lado, anunciou que se vai realizar o fórum sobre o Carnaval do Mindelo, assim que a pandemia der sinais de abrandamento, e deverá contar com a participação de elementos da festa do Rei Momo das outras ilhas.
C/ Inforpress