Paulo Rocha, ministro da Administração Interna, cujo nome vem sendo envolvido no “abate” de Zezito Denti D’Oru, tido como assassino a soldo ao serviço do narcotraficante Paulo Ivone Pereira em 2014, recusa estar envolvido no episódio que ditou a morte desse emigrante cabo-verdiano. “É absolutamente falso que eu tenha estado no local da ocorrência”, disse em exclusivo ao A NAÇÃO, pondo termo ao silêncio a que esteve relegado até aqui.
Sem descurar a necessidade de vir a produzir declarações mais detalhadas, sobre sucessivas acusações de alguns meios e de antigos oficiais da Polícia Nacional sobre o seu alegado envolvimento no crime de homicídio de Zezito Denti D’Oru, em sede da instrução que corre seus termos e na qual poderá eventualmente vir a ser ouvido, Paulo Rocha é perentório:
“É absolutamente falso que tenha estado no local da ocorrência. É falso e facilmente demonstrável que o é. É igualmente falso que tenha solicitado a quem quer que seja que conseguisse uma arma e a colocasse no local da ocorrência”.
“Ataques e desejo de vingança pessoal”
Abordado por este jornal, e pese embora dizer-se recolhido por razões de saúde, Rocha acedeu a responder, por escrito, a algumas das nossas questões, por email.
Diz que tem sido atacado por pessoas cuja motivação “é por demais conhecida e que inclusivamente não tentam sequer esconder o seu desejo de vingança pessoal”.
Admitindo que poderia optar pelo silêncio, como fez até aqui, contudo, tendo em conta a forma recorrente como o caso tem sido explorado, julga que é chegado o tempo de afirmar, “de forma pública, com todas as letras, e com a mais cristalina clareza”, que “as acusações que me são feitas são gravíssimas, torpes e absolutamente falsas, visando denegrir o meu bom nome e dignidade, mas também pondo em causa o bom nome, a dignidade, o profissionalismo de várias outras pessoas, que tiveram, e nalguns casos ainda têm, responsabilidades na Polícia Judiciária, também ela atingida vilmente com este ataque”.
O antigo Director Nacional adjunto da PJ e ministro da Administração Interna desde 2016 considera ainda que “haverá um momento e um lugar para esclarecer quais as motivações e agendas dos que, não só procuram trazer factos falseados a uma investigação, como pretendem depois divulgá-los em praça pública, para que o julgamento se faça antes que fiquem demonstradas tais falsidades”.
O nosso interlocutor garante ainda que levará “até às últimas consequências legais” a defesa da sua dignidade, do seu bom nome e imagem pública.
“Já houve tempo em que as ameaças eram físicas e os ataques eram mais directos, agora são mais subtis, dirigidos ao carácter e ao bom nome, de tentativa de assassinato político, mas são sempre ataques. Têm a mesma origem, os mesmos rostos, servem aos mesmos senhores e zelam pelos mesmos “interesses”, a captura do Estado!”, finalizou.
Ministério Público não nega inquérito
De referir que na semana passada, na sequência de um artigo do Santiago Magazine, a Procuradoria Geral da República emitiu um comunicado no qual se afirma:
“Não obstante as diligências, até à data, o Ministério Público não constituiu ninguém arguido, nem notificou o atual Ministro da Administração Interna para prestar qualquer declaração nos mencionados autos, nem mesmo na qualidade de testemunha” (ver Pg4).
PAICV questiona no Parlamento silêncio de Paulo Rocha
Ontem, o caso foi levado ao Parlamento, através de uma declaração política do PAICV, a questionar o silêncio de Paulo Rocha em torno deste assunto. (De esclarecer, o pedido do A NAÇÃO para que o visado se pronunciasse sobre o assunto é anterior à iniciativa do maior partido da oposição, já que o nosso contacto com o governante foi na semana passada.)
Independentemente de tudo, há quem entenda que a permanência de Paulo Rocha, no Governo, é altamente problemática e constrangedora.
“Num Estado de Direito democrático, nenhum membro do Governo da República deve estar sob suspeita, ainda por cima, em se tratando de um ministro, que tem sob a sua tutela a Polícia Nacional. As acusações de Manuel Alves e Elias Silva, ambos antigos altos responsáveis da PN, hoje na reforma, são por demais graves para a imagem do país”, comentou, a propósito, um magistrado experiente.
Ainda por cima, como tem sido hábito no país, diz essa fonte, tudo indica que este é mais um caso que acabará arquivado, por falta de melhor prova contra Paulo Rocha e eventualmente outros implicados no dossiê.
“Não há efectivamente uma equipa técnica, em Cabo Verde, para investigar e concluir o processo. O Ministério Público, no seu comunicado, não negou a existência do inquérito sobre o caso, apenas esclareceu que o ministro da Administração Interna não foi ainda chamado nem como arguido nem como testemunha. No fim, com o previsível
arquivamento caso, restarão apenas as suspeitas”, conclui.
PAICV pede esclarecimentos: Governo defende Paulo Rocha
Numa declaração política feita esta quarta-feira, 5 de Janeiro, no Parlamento, o PAICV, através de Démis Lobo Almeida, pediu ao ministro Paulo Rocha que rompa o silêncio e preste todos os esclarecimentos sobre as alegações e suspeições do seu envolvimento na operação que desembocou na morte de uma pessoa, em circunstâncias que indiciariamente configuram crime.
“Sendo estes factos públicos e recaindo sobre os mesmos, instrução criminal, ainda que o sr. Ministro da Administração Interna não esteja a ser investigado e nem seja arguido, deve, enquanto alto titular de cargo político, que dirige o sector da segurança interna e dirige um órgão de polícia criminal, romper o silêncio e prestar todos os esclarecimentos que o caso requer”, concluiu aquele parlamentar, afirmando que o Governo, através do primeiro-ministro tem também o dever de se pronunciar sobre este assunto.
O líder da bancada do MpD, João Gomes, reagiu de pronto, desvalorizando a declaração política do maior partido da oposição, acusando esta força política de basear o seu acto em boatos e notícias publicadas por “pseudo-jornais”.
O alegado envolvimento de Paulo Rocha numa operação supostamente planeada e executada fora dos cânones legais, que desembocou na morte de uma pessoa, lembrou o deputado, aconteceu num período em que o MpD nem sequer era Governo.
“Já assistimos várias vezes neste parlamento em que o PAICV escolheu um membro do Governo para atacar e quando não tem factos inventa-os, portanto para o grupo parlamentar e o PAICV é fundamental atacar o Governo”, acusou.
A ministra dos Assuntos Parlamentares disse, no período de questões gerais, que o Governo já está acostumado com os ataques desferidos contra Paulo Rocha na Casa Parlamentar e considerou que a declaração política do PAICV teve como objectivo “enlamear” o nome desse governante. “Todos sabem, em Cabo Verde, que o titular da ação penal é o Ministério Público.
Todos sabemos, sem exceção da importância que a proteção dos nossos órgãos de soberania tem, também, para a consolidação da nossa democracia e todos sabem que os órgãos de soberania, o Estado e os poderes públicos são pessoas de bem e que todos têm o dever de proteger”.
Portanto, a defesa de Paulo Rocha, primeiro, pelo Grupo Parlamentar do MpD, depois pela ministra Filomena Delgado, revela que o ministro da Administração Interna está protegido pelo “sistema ventoinha”.
Mesmo assim, ao fim de todos estes anos em que o assunto da morte de Zezito Denti d’Oru foi abordado e explorado publicamente, esta é a primeira vez que um membro do Executivo sai em defesa de Paulo Rocha.
Aliás, pela primeira vez também, o próprio visado se pronuncia sobre o caso.
Novas revelações sobre o “homicídio” Zezito Denti D’Oru: Paulo Rocha no olho do furacão
Novas revelações feitas há seis meses (Julho de 2021) por um inspector da Polícias Judiciária (PJ), na qualidade de testemunha no processo relacionado com a morte de Zezito Denti D’Oru, colocam o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, numa situação cada vez mais complicada. A autópsia também concluiu que houve homicídio e morte violenta. Segue-se o filme, com muita acção pelo meio.
Partindo do pressuposto de que havia uma lista de pessoas com responsabilidade na investigação criminal, entre os quais Paulo Rocha e Carlos Almada, ambos da Polícia Judiciária (PJ), e o antigo Procurador Geral da República, Júlio Martins, que deveriam ser assassinados a mando de reclusos ligados à “Lancha Voadora”, alguns inspectores da PJ terão jogado na antecipação, decidindo eliminar Zezito Denti D’Oru, tido como assassino a soldo, contratado para fazer essas execuções.
Autos de instrução na Comarca da Praia
Mas, como se ficou a saber, através de um comunicado do Ministério Público, logo após o assassinato de José Lopes Cabral (Zezito Denti D’Oru), ocorrido no dia 13 de Outubro de 2014, na Cidadela, Praia, que correm termos, na Procuradoria da Comarca da Praia, os autos de instrução registado na sequência dessa morte.
“Não obstante as diligências, até à data, o Ministério Público não constituiu ninguém arguido, nem notificou o atual Ministro da Administração Interna para prestar qualquer declaração nos mencionados autos, nem mesmo na qualidade de testemunha”, lê-se no comunicado.
Contudo, conforme A NAÇÃO pôde apurar, através de documentos confidenciais, um mês após o sucedido no dia 14 de Novembro de 2014, a Direcção Nacional da PJ remeteu ao Ministério Público o expediente relativo a uma “abordagem” policial que “resultou na morte” de José Lopes Cabral.
Nesse “expediente” constavam os seguintes documentos: uma informação de serviço; verbete da certidão de óbito; relatório de inspeção ao local; reportagem fotográfica; auto de inquirição de Adelino Semedo Lopes; ficha biográfica e de recluso da vítima e relatório intercalar.
PJ ignora pedido da Comarca da Praia
Contudo, a 6 de Outubro de 2015, a Procuradoria da Comarca da Praia oficiou a Direcção Nacional da PJ no sentido de lhe facultar, num prazo máximo de 10 dias, o nome de todos os elementos da PJ que estiveram nessa operação, pedido esse que foi simplesmente ignorado.
Aliás, apesar do prazo, o MP só recentemente pôde conhecer os nomes dos envolvidos nessa operação que originou a morte de Zezito Denti D’Oru, depois de ter ouvido uma testemunha, no dia 07 de Julho de 2021.
Como tudo começou
Um inspector da PJ, cujo nome A NAÇÃO preserva por questão de segurança, disse, na qualidade de testemunha, perante o Procurador Ary Varela, em Julho de 2021, que tudo começou no dia 17/09/2014, com a investigação da morte da mãe de Cátia Tavares, coordenadora da PJ.
“Na sequência, foi criada uma força-tarefa pelo Paulo Rocha, então Diretor Nacional Adjunto e de Investigação Criminal, que tinha como função vigia e seguimento de suspeitos, recolher e tratar informações relacionadas com a referida morte.
Disse ainda que, na altura, “houve muita recolha de informação, bem como várias reuniões de interação de estratégias e de vigilância, onde o próprio Paulo Rocha contraditava algumas informações, sob o pretexto de que o seu informador lhe tinha dado indicação diversa(s), pondo em causa inclusive informações que trazidas à reunião pelo ora depoente de forma a que as dele (Paulo Rocha) pudessem prevalecer e justificar o seu plano”.
Para operacionalizar o plano foram criadas duas equipas, uma constituída por elementos da Brigada de Tráfico de Drogas e outra com elementos do Grupo de Operações Táticas (GOT).
Alegado plano para matar algumas individualidades
Segundo a mesma fonte, no decorrer das diligências, uma das equipas viu Zezito Denti D’Oru, por mais de uma vez, a dirigir-se à Cadeia Central da Praia, sempre na companhia de um outro indivíduo, também referenciado como um dos presumíveis executantes do plano que visava matar algumas individualidades.
“Se presumia que os mesmos iam visitar os intervenientes no processo Lancha-Voadora, sem que nada disso fosse comprovado”, revelou essa testemunha, acrescentado que, “depois disso, Paulo Rocha levou para a equipa a informação de que a mencionada vítima tinha um plano criminoso para o executar, bem com o então Procurador Geral da República, Júlio Martins e o inspetor-chefe Carlos Almada”.
“A partir desse dia, face ao pânico que se instalou no Paulo Rocha, este delineou um plano para matar a referida vítima, ciente de que este chegou a Cabo Verde via São Vicente e após a morte da mãe da coordenadora Cátia Tavares, com a qual não havia nenhuma ligação ao crime em questão”, salientou.
Execução do plano para matar Zezito Denti D’Oru
Conforme o mesmo inspetor, que foi ouvido na Procuradoria da Praia na qualidade de testemunha, no dia da execução da vítima, à noite, ele e o coordenador da operação foram destacados para vigiar a viatura de Adelino Semedo Lopes (Ady), sob o pretexto de os retirar da reunião tática e operacional para a execução do plano.
Depois de terem localizado a viatura, um Fiat Ibiza de cor branca, no bairro de Eugénio Lima, informou, mais tarde, que a mesma já estava a circular na avenida Cidade de Lisboa.
Segundo esse depoente, Paulo Rocha lhes advertiu, de imediato, para não aproximar que “certamente a referida viatura e seus ocupantes se dirigia para a localidade de Palmarejo, Cidadela, onde ele próprio Paulo Rocha e os elementos do GOT já se encontravam posicionados”.
A testemunha esclareceu ainda que quando iam fazer a rotunda de Brás Andrade, em direcção ao Palmarejo, ouviram Paulo Rocha a gritar, via rádio, o seguinte: “Alé viatura ta proxima, prepara, prepara, aborda, aborda…” e “segundos depois ouviram barulho de vários disparos de arma de fogo”.
Revelou ainda que, 2/3 minutos depois, ele, depoente, e o coordenador chegaram ao local, nas imediações de uma chaparia grande de cor azul, encontraram somente a viatura suspeita com portas abertas e “paralelamente o inspetor-chefe Carlos Almada, que também havia acabado de chegar ao local com a sua equipa, sem se comunicarem”.
Disse ainda que, também chegou ao local elementos da Polícia Nacional, “com destaque para Júlio Melício, que logo questionou a atuação da Polícia Judiciária”.
Para além de ter revelado o nome dos 12 operacionais que participaram na execução da vítima, incluindo Paulo Rocha (informação sonegada pela Direcção Nacional da PJ durante sete anos), esta testemunha revelou ainda um esquema para tentar incriminar Zezinho Denti D’Oru, ao afirmar que numa das reuniões, “Paulo Rocha ordenará um operacional (cujo nome preferimos não revelar) para providenciar uma arma de fogo de calibre grande, Makarov, para encenação na cena do crime, como sendo arma da vítima”.
Disse ainda que, nessa operação, um inspector sofreu lesões na cara, “provocada pelos estilhaços de projeteis, tendo em consequência recebido assistência médica” e que, logo após esses factos, esse inspetor “apresentou perturbações psicológicas, devido à execução da vítima”.
Autópsia confirma “homicídio violento”
O relatório da autópsia realizada no dia 14 de Outubro, na mortuária do Hospital Agostinho Neto, concluiu que a morte de José Lopes Cabral (Zezito Denti D’Oru) foi devida a lesões traumáticas torácicas e traumatismo crânio encefálico severos e complicados e choque hipovolêmico.
“Estas lesões traumáticas constituem causa adequada de morte” e “tal quadro constitui causa de morte violenta (homicídio)”.
Ainda segundo o relatório da autópsia, “estas e as restantes lesões traumáticas denotam haver sido produzidas por instrumento de natureza contuso e perfurante ou atuando como tal”.
Na cabeça da vítima foram encontradas várias feridas: uma de 20 centímetros lacerada na região recto auricular cervical lateral direita; outra de 10 centímetros na região parietal e temporal direita.
Também foi encontrada exposição de massa encefálica e ferida com fractura exposta com vários fragmentos na região occipital central, assim como várias zonas de queimaduras na região occipital e zona de queimadura na região na face, a par de feridas de 10 centímetro na região cervical central e lacerada superficial na região occipital esquerda.
Tórax: Foram encontradas quatro feridas na região torácica lateral direita, uma ferida na região peitoral direita e supra clavicular e infra clavicular direita com orla de queimadura, ferida lacerada na região torácica lateral direita, zonas de queimadura rodeadas de lesões pomiformes em número de 12.
Nos membros superiores foi encontrada uma ferida lacerada no braço e antebraço direito com exposição de músculo, osso, tecidos e fratura exposta do úmero e ossos do antebraço direito. Zona de queimadura cara lateral e anterior do braço e antebraço direito, perda parcial das falanges distais do 1, 2 e 3 dedos da mão esquerda.
Familiares de Zezito Denti D’Oru pedem justiça
Os familiares de Zezito Denti D’Oro, que tinham vindo da Holanda, para o funeral do seu familiar, morto quatro dias antes, supostamente, numa troca de tiros com os agentes da Judiciária, procuraram este jornal, na altura, para manifestar o seu desagrado em relação à forma como Zezito foi morto. Exigiram, por isso, a abertura de um inquérito para esclarecer as circunstâncias em que o malogrado foi abatido.
Conforme o relato feito por Edna Mendes Cabral, irmã do extinto, na edição 373 deste Jornal, este foi vítima de uma “barbaridade”, não tendo nada a ver com a morte de Isabel Moreira, mãe da inspectora da PJ, Cátia Tavares.
“Zezito estava na Holanda e regressou a Cabo Verde depois da morte da mãe da inspectora, no dia 17 de Setembro; ele chegou no dia seguinte, 18 de Setembro. E isso pode ser provado no passaporte que se encontra nas mãos da PJ”. Os familiares afirmam que Zezito já tinha cerca de sete anos que não vinha a Cabo Verde.
Por seu turno, Carla Dias da Veiga, mãe de uma filha do malogrado, confirmou a este jornal que Zezito já tinha sido preso em Portugal, onde cumpriu uma pena de prisão a que fora condenado.
Admitiu também que Zezito esteve na Holanda, de onde teve de sair por documentação falsa, no que foi levado a deixar o país “voluntariamente”, vindo para Cabo Verde, aqui chegando a 18 de Setembro, indo residir em Chão Bom, concelho do Tarrafal.
Adelino Ady, que conduzia a viatura quando ele e Zezito foram abordados, relatou ao A NAÇÃO, também na altura, que durante os dois dias em que ele esteve detido sob a custódia da PJ, foi espancado e interrogado sobre a vida de Zezito e da sua ligação com Paulo Ivone, cabecilha do caso Lancha Voadora.
Conforme Ady, contrariamente ao que foi veiculado, ele e Zezito não estavam nas redondezas da casa de Cátia Tavares, na Cidadela.
“Nós vínhamos de um jantar na casa de um amigo no Bairro Eugénio Lima e quando chegámos no cruzamento onde há um cercado azul, na Cidadela, fomos encurralados por carros da PJ e colocámos as mãos para altura. Eu fui tirado do carro e colocaram-me deitado no chão no outro lado da estrada, e nisso começaram a gritar ‘arma, arma!’, e começaram a disparar contra Zezito”.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 749, de 06 de Janeiro de 2022