O Campeonato Africano das Nações está ameaçado por um conflito armado nos Camarões, com ameaças à segurança de várias seleções. Além do mais, um surto de Covid-19, nas comitivas, e a baixa taxa de vacinação no país, de 2,3%, comprometem o CAN.
Camarões vive um ambiente de “grande tensão”, com um conflito armado a decorrer por grupos que têm defendido a criação de um Estado chamado Ambazônia.
Vários grupos armados anunciaram que vão realizar atos para atrapalhar o CAN. As seleções do grupo F, Tunísia, Mali, Mauritânia e Gâmbia já foram ameaçadas via carta. Essas seleções vão jogar no estádio Estádio Omnisport, no Limbe, uma cidade que tem sido alvo de ataques desde 2017.
A cidade vizinha à Limbe, Buea foi atacada duas vezes em novembro. Um dos ataques, com explosões em uma universidade, deixou 11 feridos. Buea também receberá algumas seleções do Grupo F, como local de treinamento.
O conflito violento já causou mais de 3.500 mortes e 700 mil deslocados no oeste do país, e os civis são as principais vítimas dos crimes, segundo ONGs internacionais e a ONU.
“As ameaças são muito sérias”, disse o advogado Blaise Chamango, chefe da ONG Human Is Right com sede em Buea.
A respeito das ameaças e dos ataques, o governo local afirma que a competição vai correr sem problemas.
“A Copa Africana de Nações vai ocorrer em condições muito boas. Não há motivos para preocupação”, afirmou Emmanuel Ledoux Engamba, funcionário do governo de Fako, região em que fica Limbe e Buea.
Surto de Covid-19 também ameaça CAN
Com apenas 2,3% da população vacinada , a preocupação com infeções aumenta. Várias seleções, como Camarões, Argélia, Gâmbia, Burkina Faso, Cabo Verde e Tunísia jogarão desfalcadas de atletas infectados pela variante Ômicron.
Costa do Marfim se viu obrigada a cancelar uma segunda partida de preparação em sua base de treinamento na Arábia Saudita, e Senegal adiou seu embarque para os Camarões, para que a comitiva fosse testada novamente, após Pape Matar Sarr, Nampalys Mendy e o atacante Mame Baba Thiam apresentarem diagnósticos positivos.
Restrições
O torneio não terá estádios cheios, mas com capacidade para 60% na maioria das partidas e 80% nos jogos do país anfitrião. A decisão foi tomada “depois de muitas consultas com o governo camaronês e considerando a evolução da crise de saúde e os desafios impostos pela pandemia de covid”, explicou a Confederação Africana de Futebol (CAF).
Dessa maneira, para o jogo de abertura de domingo, 9, entre Camarões e Burkina Faso, os 60 mil lugares do estádio Olembe em Yaoundé não estarão todos ocupados. No máximo, 48 mil torcedores poderão acompanhar o duelo in loco.
C/ Terra