Há 124 prédios da Cidadela que já foram apanhados em situação de roubo, segundo dados avançados por Avelino Varela, supervisor técnico da Unidade de Combate às Perdas e Dívidas, da Electra.
Citado pela Inforpress, Avelino Varela, supervisor técnico da Unidade de Combate às Perdas e Dívidas, da Electra, começa por dizer que os dados da empresa mostram que, no primeiro trimestre de 2021 a empresa perdeu 2,5 gigawatts hora de energia nas zonas de Palmarejo, Palmarejo Grande e Monte, e que, em termos de percentagem, a situação é pior na zona de Eugénio Lima, em que apenas 19% da energia colocada na rede é facturada, com os 81% a resultar em perdas advenientes dos furtos e fraudes.
“É uma situação complicada. Eugénio Lima é uma zona com muitos prédios e com muito comércio”, disse, adiantando, entretanto, que as perdas da zona de Eugénio Lima em termos de quantidade, é de longe inferior às verificadas no agrupamento Palmarejo, Palmarejo Grande e Monte Vermelho.
“Nesse agrupamento, perdemos 2,5 gigawatts hora de energia, durante o primeiro trimestre do ano de 2021, enquanto que Eugénio Lima foi à volta de 1,1 gigawatts hora”, precisou.
Esse engenheiro explica também que, desde o início da criação da Unidade na Electra, até agora já foram autuados 124 locais de consumo na zona de Cidadela, ou seja, 124 prédios de Cidadela que já foram apanhados situação roubo, o que na perspectiva o que demonstra que são pessoas de posse e com possibilidade pagar energia é que estão a fazer ligações clandestinas.
“As pessoas que moram na Cidadela são pessoas com condições económicas para pagar o seu consumo. Estão na classe daqueles que podem e não pagam. A nossa segmentação está dividida da seguinte maneira: quem pode pagar e que não paga, quem pode pagar e paga, quem quer pagar não e não pode pagar”, explicou.
“Essas autuadas são pessoas que querem viver com exteriorização de poder, mas que não querem cumprir com aquilo que são as suas obrigações”, disse adiantando que no Palmarejo, considerada zona nobre da cidade da Praia, já foram autuados 686 local de consumo por prática de furtos e fraudes, entre os quais apartamentos em grandes prédios residenciais e espaços comerciais.
Já no Platô, indicou que 45 locais de consumo foram detectados em situação irregular e, entre Prainha e Quebra Canela, um total de 13 locais foi também apanhados em situação de furto e fraude de energia.
A maioria das avarias e interrupções de energia na Praia, diz, está relacionada com as ligações clandestinas nas redes que fazem com que haja sobrecarga e curto circuito que provocam a queda no fornecimento.
Só em Santiago, adiantou que as perdas relacionadas com furtos e fraudes de energia ultrapassam 30%, ou seja, mais de um terço da produção não é facturada e ainda a empresa tem de arcar com os custos para reparação dos equipamentos que são danificados na prática do crime.
“Portanto, posso dizer que as consequências dos furtos e da fraude acabam por retirar à Electra capacidade de melhoria dos serviços. A Electra precisa de uma trégua a nível de roubo. As pessoas precisam deixar de roubar para dar tempo e espaço para que a empresa possa se preparar economicamente, tecnicamente, para dar respostas melhores às solicitações dos utentes”, realçou.
Salienta que, além de representar perdas económicas, os furtos e fraude de energia tipificados como crimes em Cabo Verde, colocam em causa questão de segurança e a da continuidade do fornecimento de energia.
C/Inforpress