O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) destacou hoje o “valioso trabalho” que o voluntariado tem desenvolvido nos diversos domínios e propôs a criação de um quadro incentivo para essas pessoas que trabalham “horas e horas” em prol do bem comum.
Arlindo Soares de Carvalho falava à Inforpress no âmbito do Dia Internacional do Voluntariado, que se celebra hoje, 05 de Dezembro. Felicitou a todos os voluntários pelo trabalho desenvolvido, mas também por terem erguido a bandeira da luta pelas causas humanitárias em Cabo Verde.
“O cabo-verdiano por si só é um voluntário na sua comunidade, no seu meio ambiente, no seu trabalho, mas é preciso trabalhar a legislação que carece de algumas alterações em termos de conferir mais conteúdo e eficácia a esse precioso instrumento que a nação dispõe”, referiu.
Por outro lado, defendeu que é preciso criar um quadro de incentivo ao voluntariado, pois, “muitas vezes”, indicou, o voluntário “trabalha horas e horas”, mas esse reconhecimento “não tem que ser necessariamente financeiro ou material”.
Para o presidente da CVCV, o voluntariado, sobretudo a nível da Cruz Vermelha e de outras instituições que trabalham em áreas muito específicas, pode desfrutar de “algum incentivo”, como pagamento de propinas, isenção de taxas a nível da saúde e criação de prémio de incentivos na área da investigação científica.
“Traçar uma ligação mais estreita entre a administração do Estado e a sociedade civil, através de um instrumento de mobilidade, creio que o Estado de Cabo Verde por razões de fundo poderá destacar profissionais para missões internacionais no quadro das Nações Unidas e outros organismos internacionais”, referiu.
Arlindo Soares de Carvalho exemplificou que um médico, um técnico de canalização, um profissional de ensino que tem responsabilidade a nível da Cruz Vermelha poderá ser destacado para desenvolver essas actividades, o que poderá ser “mais propício e eficaz”, já que dispõe das “ferramentas e ambiente”.
“São questões que entendemos que poderão trazer mais benefícios para o desenvolvimento de Cabo Verde ajudando o Estado nesse trabalho de facilitar a vida das instituições e pessoas sobretudo as instituições que têm o papel de complementar as actividades do Governo em determinados domínios”, mencionou.
Segundo o presidente da CVCV, o voluntariado constitui a base de todo o Movimento Internacional da Cruz Vermelha, e a nível de Cabo Verde tem desenvolvido acções no sentido de ajudar as pessoas a se erguerem face a crises e trabalhar a resiliência nas comunidades.
Por outro lado, tem trabalhado também a nível das políticas, estratégias e sobretudo na criação de condições institucionais, em que foi desenvolvida uma orgânica da sociedade nacional, no quadro do qual existe um departamento específico para trabalhar com o voluntariado.
“Foi definido um conjunto de ferramentas para a gestão do voluntariado, realizamos um recenseamento geral, criamos um sistema de identificação do voluntariado e na última Assembleia Geral aprovamos a política nacional do voluntariado que é transversal e tem a ver com vários outros domínios de intervenção da CVCV”, acrescentou
Na ocasião, apelou a todos aqueles que querem dar o seu contributo ajudando a CVCV a ajudar os outros a continuarem a fazê-lo, sendo que estão a praticar uma boa causa.
Para os voluntários da CVCV desejou que continuem a defender e implementar os princípios fundamentais sobretudo no trabalho e na missão da Cruz Vermelha.
A efeméride foi proclamada em Dezembro de 1985 pelas Nações Unidas, com o objectivo incentivar e valorizar o serviço do voluntário em todo o mundo.
C/ Inforpress