Conselheiros da UNTC-CS foram hoje barrados à entrada da reunião do Conselho Nacional, que decorre na Praia. Convocada “com a finalidade da normalização do funcionamento dos órgãos” da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), a reunião, segundo os conselheiros, resulta de uma decisão do Tribunal da Praia que deu seguimento a um processo interposto por um grupo de oito sindicatos filiados nesta central sindical.
Ainda assim, o grupo dos contestatários alega que, “contrariamente ao despacho do Juiz que ordena que a reunião seja realizada com base no artigo 33.º, ponto 1 dos Estatutos, ou seja, ordinariamente, a reunião foi convocada extraordinariamente, o que viola a determinação do Tribunal”.
Além disso, queixam-se de que um número significativo de membros efetivos do Conselho Nacional não foi convocado o que, considera o grupo, viola os Estatutos.
Reunião envolta em polémica
À imprensa, Eliseu Tavares, na qualidade do conselheiro da UNTC-CS, explicou que a reunião “está envolta em muita polémica, claramente há indício de uma fraude que está a ser orquestrada”, alegando que os conselheiros têm um despacho do juiz do Tribunal do Trabalho da Praia que não foi respeitado.
“A reunião do Conselho Nacional só foi marcada porque o Tribunal do Trabalho da Praia obrigou a secretária-geral a convocar esta reunião do Conselho Nacional para fazer com que os órgãos da UNTC-CS, de facto funcionem, mas o que nós já estamos a ver é que, além de não respeitar os sindicalistas e os conselheiros, ela não respeita as decisões dos Tribunais”, referiu Tavares.
“Temos aqui uma vergonha em que conselheiros eleitos no VII Congresso da UNTC-CS chegaram aqui à Central Sindical e, pura e simplesmente são proibidos de entrar na sala de reuniões, assim como a própria imprensa. Uma total falta de consideração e de respeito para com as leis e para com os despachos do Tribunal para com a própria UNTC-CS”, lamentou.
Considerou que ao impedir a entrada dos conselheiros, a “secretária-geral está a manipular e a orquestrar uma maioria, como tem habituado, infelizmente nos últimos tempos”, razão pela qual acusou Joaquina Almeida “de violar as leis, os estatutos e de cometer um crime”, desrespeitando os conselheiros que, mesmo sem serem convocados, apresentaram-se e são barrados à entrada.
Em termos estatutários, explicitou, todos os conselheiros da UNTC-CS eleitos no VII Congresso têm acesso à reunião do Conselho Nacional e não só, podendo até estar presentes convidados sem direito a voto.
Joaquina Almeida escusa-se de comentar
Já a secretária-geral da UTCS-CS, Joaquina Almeida limitou-se a afirmar à imprensa que esta reunião do Conselho Nacional se realiza à porta fechada e recusou prestar declarações prometendo, no final dos trabalhos, apresentar o resultado do encontro à comunicação social.
C/Inforpress