O Golpe Militar mereceu o repúdio da Comunidade Internacional. O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se, de emergência, esta terça-feira, e os Estados Unidos da América (EUA) suspenderam a ajuda ao Sudão.
O anúncio suspensão da ajuda ao Suda, na sequência do Golpe de Estado Militar, foi feito pelo porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.
“Os Estados Unidos suspendem a Assistência de 700 milhões de dólares em dotações de Ajuda de Emergência de Fundos de Apoio Económico para o Sudão. Esses Fundos destinavam-se a apoiar a Transição Democrática do País, à medida que avaliamos o próximo passo para a programação do Sudão”, sustentou Price, citado pelo pt.eurionews.com.
O líder dos militares, o general Abdel-Fattah al-Burhan, anunciou que iria ser nomeado um Governo Tecnocrático, de modo a poderem realizar-se Eleições, marcadas para Julho de 2023.
Entretanto, os militares manter-se-ão nos comandos do Sudão.
Aquele País da África tem estado a ser governado por um Executivo de Transição, controlado pelo Conselho Soberano Sudanês, após o derrube do Omar al-Bashir, em Abril de 2019, após décadas no Poder.
Levantamento Popular…
A revolta dos militares contra o Governo Interino Misto Sudanês levou milhares de pessoas a protestarem nas ruas, contra o Golpe e a ameaça de interrupção do Processo Democrático naquele País Africano, com receio do regresso a um Regime repressivo, similar ao do antigo presidente Omar al-Bashir.
Em causa está a tomada do Poder pela força de uma Junta liderada pelo general Abdel Fattah al-Burhan, que liderava o Conselho de Soberania de Poder partilhado e justificou a dissolução do Executivo de Transição, alegando que a tensão das últimas semanas entre os membros civis e os militares estaria a ameaçar a estabilidade do País.
Os militares começaram por deter o Primeiro-Ministro, o civil Abdalla Hamdok, e outros governantes que apelaram à Resistência Popular contra os militares, e depois declararam o Estado de Emergência em todo o País.
Indiferentes às imposições dos militares, milhares de pessoas responderam ao apelo dos governantes civis e mobilizaram-se nas ruas para resistir ao Golpe, com bloqueios de estradas. Os militares tentaram reprimir os protestos, através das armas e com o corte das redes de Telefones e Internet.
A União Europeia (UE) foi das primeiras entidades internacionais a revelar preocupação.
Depois de um primeiro “Tweet” de Josep Borrell, o Chefe da Diplomacia dos “27”, a porta-voz da Comissão Europeia sublinhou que a UE “está muito preocupada, devido às Forças Militares do Sudão terem, alegadamente, colocado o Primeiro-Ministro em prisão domiciliária, e, também, pela detenção de outros membros da liderança civil”.
“Pedimos a libertação rápida de todos. Vimos também os relatos do corte das redes de Telefone e da Internet. Exigimos linhas de comunicação sem restrições com os mais necessitados. A violência e o derramamento de sangue devem ser evitados a todo o custo”, expressou Nabila Massrali.
Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, também se manifestou pelas redes sociais.
Guterres condenou o golpe e exigiu “a libertação imediata do Primeiro-Ministro e dos outros governantes”, detidos pelos militares.