O candidato às presidenciais de 17 de Outubro, Casimiro de Pina, reafirmou ontem, no último debate com os sete candidatos, na RCV, o seu compromisso de ser um Presidente que “serve o Estado e não do Estado”, salientando ser importante deixar bem claro que não é da competência do PR governar, mas sim, que cabe a este o cumprimento da Constituição e influenciar políticas benéficas para os cidadãos.
Durante o debate, Casimiro de Pina, candidato ao cargo de Chefe do Estado, considerou que a Democracia não deve ser vista com um ritual pré-estabelecido, e que “falta um cultura política no país”, assim como a classe política “precisa mudar”, isto para se poder elevar a Democracia e o Estado de Direito Democrático no país.
A classe política no país, defendeu, é ainda orientada por uma visão “retrograda”.
“É uma visão pouco amiga da Constituição da República e volto a dizer que a democracia no sentido constitucional é gerida por três pilares: económico, jurídico constitucional e cultura política”, disse.
Tendo como base esses princípios, Casimiro de Pina confrontou o candidato José Maria Neves, dizendo que, enquanto primeiro-ministro, tomou medidas que não permitiam que alunas grávidas frequentassem a escola, dizendo que tal decisão não é “minimamente constitucional”, assim como pediu ao candidato Carlos Veiga explicações sobre a origem do dinheiro que está sendo gasto na campanha.
Tendo em conta a crise que se abateu sobre o país, em parte devido à pandemia, Pina sublinha que “não cabe ao PR traçar políticas económicas”, mas que este deve sim promover uma “ecologia de ideias” e com vista a adotar aquelas que são capazes de atrair investimentos para o país, contribuindo assim para o seu desenvolvimento.
Para atingir este desiderato frisa ser igualmente importante que o PR preste atenção à convergência entre valores e interesses e ser “inflexível no que tange ao cumprimento da Constituição”.
Integração inteligente na CEDEAO
Casimiro considera importante que Cabo Verde mantenha a sua relação com a CEDEAO, mas que mantenha uma “integração inteligente”,em especial com países que defendem os mesmos valores, e dar o seu contributo para resolver de forma pedagógica os problemas que assolam o continente africano.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto direto, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que sucederá a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de Outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.