O candidato às eleições presidenciais de 17 de Outubro, Carlos Veiga, que pela terceira vez tenta ascender à cadeira do Palácio do Platô, afirmou, ontem, no último debate com os candidatos, na RTC, que não tem dúvidas de que o artigo 110º precisa ser revisto já que, como diz, “hoje a tecnologia permite acompanhar a realidade mesmo estando fora do país”.
Carlos Veiga defendeu ser desnecessário se exigir 3 anos de residência no país, para se ser candidato a PR.
“Acredito que o artigo 110 precisa ser revisto, de uma forma muito clara, no sentido de que não é necessária exigir uma residência de 3 anos, em Cabo Verde, para se candidatar à Presidência da República”, defendeu o candidato no debate público da TCV, que juntou na noite deste domingo,10, os sete concorrentes.
Carlos Veiga avançou que “as novas tecnologias afastaram a distância” e que, hoje-em-dia, “as pessoas acompanham tudo nas redes sociais”.
Este candidato, que pela terceira vez concorre ao cargo de PR, considera que “a outra questão que pode ser discutida é a de um PR ter duas nacionalidades”, prosseguiu prometendo que se for eleito no próximo domingo,17, estará aberto para discussão. Em relação à residência diz “não tenho dúvidas da sua retificação”.
Na sua óptica, o PR e o país devem “fazer tudo” para uma aproximação com as comunidades da diáspora que merece uma “máxima atenção”.
Políticas externas “em conformidade”
No debate em que esteve sobre a mesa questões de política externa, como, nomeadamente, participação da Guiné Equatorial na CPLP, relação do país com a CEDEAO e EU e o acordo de SOFA, Carlos Veiga se posicionou alinhado com as estratégias do actual Governo e Chefe do Estado, apesar de considerar alguns ajustes “necessários”.
O candidato defendeu “esforços para defender a especificidade de Cabo Verde como um pequeno estado insular na CEDEAO”.
Em específico, sobre o Acordo de Pesca entre Cabo Verde e UE, disse que “ele possui, na verdade, muitas críticas”, mas que, a cada vez, a sua renovação tem trazido “melhorias”, e, por isso, é um processo que “deve continuar”.
Também, mostrou-se a favor do acordo SOFA com os Estados Unidos e justificou porquê: “Cabo Verde não consegue garantir, por si só, a sua segurança no contexto mundial” pelo que “tem que se inserir, sim, em sistemas de segurança cooperativa, trabalhando com outros parceiros para que estes lhes ajudem a garantir a própria segurança”, defendeu.
Veiga apontou ainda no debate, que o combate à pandemia tem dados sinais positivos mas que o país precisa criar condições para transformações estruturais, nomeadamente, “transições energéticas, transformação digital, mobilizar água para a agricultura, economia azul, turismo sustentável, e reforçar a qualificação dos recursos humanos” para evitar outras crises similares à covid-19.
12º dia de campanha
Nesta segunda semana de campanha Veiga segue para São Vicente, Santo Antão, São Nicolau, ilhas onde ainda não esteve em contato com os elietores.
Recorde-se que estas são as sétimas Eleições Presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que, pela primeira vez, a escolha do Presidente da República (PR) passou a ser feita pelo voto directo, universal e pluralista.
A eleição para o PR que sucederá a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de Outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.