A questão dos transportes tem sido um grande empecilho para a mobilidade dos candidatos entre as ilhas. Nunca, até hoje, se fez campanha com tantos constrangimentos, defendeu o candidato a Presidente da República, José Maria Neves, ontem, naquele que foi o seu sexto dia de campanha. Hoje, JMN desloca-se à ilha do Fogo para dar continuidade aos contactos com o eleitorado, na caça ao voto.
Esta terça-feira, 5, durante uma ação de campanha na Cidade Velha, Santiago, o candidato José Maria Neves considerou “preocupante” a situação dos transportes no país. O mesmo afirmou que, se for eleito, vai influenciar no sentido de se resolver este problema, essencial para a economia e mobilidade da população entre as ilhas, e que, até agora, em plena campanha, se vê dificultado pela falta de transportes.
“Nunca tivemos tantas dificuldades para fazer a campanha nas ilhas. Nem sei se consigo estar em todas as ilhas, porque estamos com problemas complicados de transporte. Eu já fiz muitas campanhas em Cabo Verde, em todas as campanhas desloquei-me a todas ilhas, sem nenhum problema. Não podemos andar para trás”, atentou.
Assim como nos transportes, afirmou que há problemas no sector da justiça, a nível de acesso à saúde, educação, entre outras áreas, cuja resolução deve ser exigida pelo mais alto magistrado da Nação, enquanto garante da Constituição.
“O Presidente não governa, mas é uma voz importante para quando as coisas não estiverem bem. Ele pode dizer que não está bem e pedir que as coisas sejam melhoradas”, disse, prometendo que, se for eleito, será um Presidente de todos, actuante e com voz forte.
Quarente e seis anos após a Independência, exortou, é preciso acelerar o passo, e, particularmente na saúde, sustentou que não faz sentido, que, com os hospitais e médicos existentes em Cabo Verde, as pessoas estejam a deslocar-se a Dakar para fazer tratamento.
Campanha de desinformação e fake news
Antes de estar em Ribeira Grande de Santiago, José Maria Neves esteve no município de São Domingos, onde incentivou o eleitorado a não deixar balançar-se perante “os discursos de desinformação” que vêm sendo adoptados pelas candidaturas adversárias.
José Maria Neves chamou igualmente a atenção para uma “campanha de desinformação” que, segundo diz, vem sendo feita sobre a sua pessoa e o Governo que liderou por quinze anos.
“Eu acho que a campanha deve ser feita de debate, discussão e troca de ideias. Não podemos estar a inventar todos os dias fake news, notícias falsas”, sublinhou, afirmando que a sua candidatura não é questão de vida ou morte.
7º dia no Fogo
Depois de São Vicente, Santo Antão e Santiago, esta quarta-feira, 5, JMN desloca-se à ilha do Fogo para dar continuidade aos contactos com o eleitorado, para expor sua ideias de magistratura presidencial e conquistar a confiança dos foguenses para garantir votos.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto directo, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que sucederá a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de Outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
