O candidato independente, a presidente da República, Gilson Alves, prometeu ontem, em São Vicente, rasgar o acordo de pesca com a UE, alegando que o peixe está a tornar-se “algo raro” em Cabo Verde. Hoje, Gilson Alves ruma a São Nicolau.
Caso vença as eleições presidenciais de 17 de outubro próximo, Gilson Alves garante que vai rever o acordo de pesca assinado com a união económica e política dos 27 Estados-membros europeus. Acordo esse que até agora só está a fazer com que o peixe se esteja a tornar em “algo raro” em Cabo Verde e sem rendimentos para os pescadores.
“E o Governo achou por bem fazer um acordo de pesca, que nos dá 750 mil euros, por ano, para virem fazer o que bem entendem, teoricamente existem cotas, mas quem está a fiscalizar as cotas?”, questionou.
Gilson Alves reiterou ainda que os barcos da União Europeia (UE) estão a pescar os tubarões ao “desbarato”, quando “se não existir tubarões não há cardumes, se não há cardumes não há pesca e se não houver pesca não há comunidades de pescadores”.
“E num lugar onde não há emprego e não há esperança, um pescador vira-se para o mar e não tem pão. Onde é que vamos chegar neste País? Voltemos para a nossa terra e vivamos de fora para dentro”, advertiu o candidato presencial, para que os cabo-verdianos não se tornem “escravos da vida moderna”.
UE não pode impor
Por isso, Gilson Alves assegurou que, caso vença, vai “rasgar” o acordo de pesca com a UE no “primeiro segundo”.
“Pedia uma fotocópia do documento, chamava todas as pessoas, dava um grande espetáculo e depois rasgava-o e até o queimava se calhar”, prometeu a mesma fonte, para quem a União Europeia “não tem direito de impor nada a Cabo Verde”.
A seu ver, poderia ser proposto “grandes parcerias” com a UE para “beneficiar a todos”, por exemplo, de construir uma frota pesqueira a um “bom preço”.
7º dia em São Nicolau
Após estar dois dias em São Vicente, Gilson Alves desloca-se, esta quarta-feira, 6, à ilha de São Nicolau.
Recorde-se que estas são as sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde, desde 1991, ano em que pela primeira vez a escolha do PR passou a ser feita pelo voto direto, universal e pluralista.
A eleição para o Presidente da República que irá suceder a Jorge Carlos Fonseca, no cargo, acontece no próximo dia 17 de outubro e concorrem sete candidatos: Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Alberto Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
C/Inforpress