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Cultura

Promotor de eventos pede “cabeça” de Abraão Vicente

Sócrates Sucá, um dos proprietários da empresa de eventos Sigui Sabura, diz que a classe artística não quer mais Abraão Vicente na tutela do Ministério da Cultura. Em carta publicada na sua página do Facebook e endereçada ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva e ao vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, o empresário diz-se revoltado com a situação da classe, depois de 18 meses sem trabalhar, enquanto actividades de campanha estão a ser feitas com aglomerações, e acusa Abrãao Vicente de nada fazer em prol da classe.

 “O pedido que estou a fazer não é só no meu nome, mas para todos os cabo-verdianos que vivem da música e do entretenimento, nomeadamente cantores, músicos, dançarinos, DJs, barmans, seguranças, técnicos de som, iluminação e montagem de palco, empresários, promotores e produtos culturais, entre vários outros trabalhadores que dependem dos ventos”, especificou.

Sucá diz sentir-se enganado e desprezado pelo Governo de Cabo Verde, que não tem demonstrado “nenhum respeito pela classe que também contribui para a economia do país”.

“Quero dizer ao Sr. Primeiro Ministro que esta classe não se sente representada pelo Ministério que deveria estar a defender e apoiar agentes culturais. Muito pelo contrário, está a desprezá-los”, apontou.

Abrãao “não respeita” a classe

“Para deixar mais claro, ainda, os artistas e agentes culturais não querem Abrãao Vicente como tutela da Cultura, porque ele não respeita, nem defende a classe”, garantiu.

Sucá escreveu mesmo que os artistas estão “todos com medo de falar para não serem prejudicados”.

O agente cultural questiona ainda a utilização dos eventos como “moeda de incentivo para receber vacinas”, sem que haja uma abertura para a reabertura das actividades da classe, não obstante os propalados números de vacinação já atingidos no país.

A sua revolta, segundo disse, deve-se ainda ao facto de os agentes culturais terem feito planos para a reabertura em outubro e gasto os “poucos ou nenhuns” recursos existentes com a programação de eventos, sem que fossem informados da decisão de prolongar o estado de contingência no país.

Ao Ministério do Desporto, a quem também se estende a indignação, pergunta por que razão não se permitiu que o público tenha acesso a espaços desportivos, sendo que se pode fazer campanha eleitoral com grandes aglomerações em comícios. “Isto é uma grande hipocrisia e falta de respeito para com o desporto de Cabo Verde”, apontou.

Esta não é a primeira vez que Abrãao Vicente é criticado pela classe que o representa. Além de manifestações pedindo soluções para o sector que está parado, na prática, o mesmo foi fortemente criticado por o MCIC andar a financiar recuperação de igrejas, enquanto a classe está a sofrer gravemente os efeitos da pandemia.

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