O clima em Cabo Verde poderá estar sob impacto da erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Canárias, como defende a geóloga e especialista em vulcanologia Vera Alfama. A bruma seca que se regista no país, desde ontem, com um tom acizentados e cheiro a queimado poderá indicar uma nuvem de dióxido de enxofre como defende a especialista.
Apesar de ainda não se ter dados concretos que comprovem esses impactos, há fortes evidências que a erupção vulcânica nas Canárias esteja a afetar Cabo Verde. Isto porque, segundo Vera Alfama, em entrevista à RCV, a bruma seca fora de época, e com características diferentes já se nota no arquipélago.
“O Dióxido de Carbono e de Enxofre poderão chegar a Cabo Verde. Não temos dados concretos ainda, mas desde ontem estamos com uma espécie de bruma seca, com um tom cinzento o que não é normal na bruma seca, porque não é época e, ainda por cima, pelo menos aqui na Praia, sentimos cheiro a queimado. Provavelmente essa nuvem já chegou a Cabo Verde e essa nuvem está a pairar no ar”, analisa a especialista em vulcanologia.
A suposta nuvem de poeira, e gases poluentes, podem ainda atingir o solo caso chova, avança Vera Alfama, por causar chuva ácida e que pode destruir plantações e provocar problemas respiratórios e de pele.
A geóloga, entretanto, apela à tranquilidade e apela ao uso de máscaras para evitar a inalação de poeiras e uso de roupas com mangas compridas, caso chova.
Vera Alfama entende ser pertinente monitorizar diariamente o vulcão do Fogo, no sentido de medir os impactos da erupção nas Canárias no vulcão, em Cabo Verde.
O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção no passado domingo e prevê-se que dure de 15 a 90 dias.