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Morreu Jorge Sampaio ex-presidente da República de Portugal

Faleceu hoje em Lisboa, aos 81 anos, Jorge Sampaio, ex-presidente da República de Portugal. O ex-chefe de Estado português estava internado desde dia 27 de Agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias.

Sampaio, o ruivo que os colegas tratavam por “cenoura”, como escreve o JN, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara de Lisboa (1990- 1996), candidatura que ousou decidir sem consultar o partido e que pela primeira vez juntou a Esquerda assim derrotando Marcelo Rebelo de Sousa, e sucessor de Mário Soares em Belém (1996-2006), naqueles que terão sido os dois mandatos mais complexos da democracia portuguesa. 

Segundo a mesma fonte, sobreviveu a duas operações ao coração e, politicamente, atravessou cinco governos. 

“Assistiu ao orçamento limiano e ao pântano de Guterres, conviveu com a “tanga” de Durão Barroso e com a sua “mentira” sobre a Cimeira das Lajes, interrompeu o caminho de Santana Lopes dissolvendo a Assembleia e abriu o caminho para a eleição de José Sócrates”, escreve esse site português. 

Jorge Sampaio promoveu ainda os primeiros referendos nacionais, foi recordista de vetos (22, todos ganhos), percorreu os 308 concelhos do país, passou pelos escândalos da Universidade Moderna e da Casa Pia e teve um papel fundamental na independência de Timor Leste, que logo visitou. “Foi o primeiro chefe do Estado português a fazê-lo”

Homem de causas humanitárias, Sampaio viria a conquistar a cena internacional, logo no fim da presidência da República, ao ser escolhido, primeiro por Kofi Annan e depois por Ban Ki Moon, primeiro para lutar contra a tuberculose e, depois, para unir as civilizações. 

Tanto assim é que, o desempenho dessas funções valeu-lhe uma distinção da Organização Mundial de Saúde e o primeiro prémio Nelson Mandela instituído pelas Nações Unidas para premiar “feitos e contribuições excepcionais ao serviço da humanidade”.

Actualmente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013. Plataforma essa que visava contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Sampaio era um amante das artes, coleccionador de discos e pinturas, e um sportinguista ferrenho. Uma figura ímpar e respeitada da política portuguesa. 

Morre o homem, fica o legado, a obra. 

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