O ministro da Cultura, Abraão Vicente, defende a necessidade de o Estado assumir a cultura como uma área prioritária no financiamento, e de assumir o cinema como setor estruturante para a sua divulgação turística.
Em visita à sede da Associação do Cinema e Audiovisual de Cabo Verdiana (ACACV), na Cidade da Praia, para se inteirar do plano de atividade da associação, o responsável da pasta da Cultura e das Indústrias Criativas, reconheceu as condições dignas em que a sede da ACACV funciona, lembrando, no entanto, que a ambição projetada no plano de atividade da associação não se vê refletida na sede e que esperava que a associação estivesse melhor instalada.
Abraão Vicente afiança ainda que se Cabo Verde quer cooperar com países como a Nigéria, em matéria de produção cinematográfica, e que a ACACV tem que estar melhor instalada, com uma sede em condições e equipamentos técnicos necessários
Neste sentido o responsável diz-se aberto a um possível acordo com a ACACV, no que se refere à disponibilização de um espaço do património do Estado para a instalação da nova sede da associação.
Vicente apontou a necessidade de se projetar o cinema cabo-verdiano a partir da ambição que foi a aprovação da lei do cinema cabo-verdiano no parlamento, lembrando que esta “decisão ambiciosa”, questionada na altura por deputados da nação, era futurística porque exigia ao Estado, às associações e produtores nacionais um elevado nível e um maior envolvimento.
“Há a necessidade de o Estado e do País assumirem a cultura como uma área prioritária no financiamento, acreditamos que a cultura e as indústrias criativas podem desempenhar um papel fundamental no relançamento económico do País nessa era pós covid-19, financiando a sociedade civil, nomeadamente a ACACV, mais teatro, mais música, mais eventos culturais, dinamizando a sociedade civil a partir do Estado”, declarou.
O governante mostrou-se, por outro lado, “expectante” que no próximo orçamento do Estado haverá financiamento extra para garantir a sobrevivência e o relançamento do setor da Cultura em Cabo Verde.
Entretanto, frisou, a referida área não pode ser financiada a 100% pelo privado, tendo realçando que os privados não se têm envolvido à altura daquilo que são as grandes manifestações culturais no País.
C/Inforpress