A Câmara Municipal da Boa Vista diz ter um espaço identificado para, em caso de emergência e urgência, realojar provisoriamente famílias que poderão ficar desalojadas devido às chuvas. Isto quando ainda não obteve resposta do Governo ao relatório enviado, depois das chuvas de 18 de Agosto passado, que provocaram danos na casa de 250 famílias.
Recorde-se que no passado dia 18 de agosto, as chuvas causaram danos nas residências de 250 famílias do bairro da Boa Esperança, estragos em casas no centro da cidade de Sal Rei e noutros povoados da ilha, cenário que a responsável pelos pelouros de Acão Social e Solidariedade, classificou o cenário de “muito triste e calamitoso”.
Entretanto, Fabienne Oliveira garante, agora, que, de momento, a situação esta “mais normalizada”, isto porque a edilidade beneficiou algumas famílias com materiais para proteção e cobertura dos tetos das residências, ao mesmo que se procedeu à limpeza das enxurradas, “com parte de apoio” do Ministério do Ambiente.
Governo sem resposta
Recorde-se, também, que conforme já noticiado, dadas as inúmeras solicitações de apoio por parte das famílias e dada a escassez de recursos por parte da Câmara Municipal para acudi-las, a autarquia enviou um relatório com os dados das famílias afetadas ao Ministério da Família, tendo solicitado auxílio com materiais para minimizar os estragos nas casas. Porém a edilidade diz que ainda aguardam um posicionamento do ministério.
Conforme Fabiane Oliveira, a Câmara solicitou ainda o apoio ao Ministério do Ordenamento do Território para disponibilização de moradias para, em caso de outras chuvas de forte intensidade, se ter um plano para realojar as famílias, dado que a situação não é nova e tem vindo “a fragilizar os agregados”, principalmente do bairro de Boa Esperança.
“Já temos identificado o espaço para o efeito em caso de uma urgência e emergência porque será utilizado para acolher as famílias de forma provisória, porque ali não tem condições para alojar a maioria que poderá ficar com casas destruídas com novas chuvas”, informou.
Fabiane Oliveira justificou este plano com a indisponibilidade da autarquia com as casas do Projeto Casa Para Todos, e outro tipo de moradias de habitação social, em seu poder, para realojar as famílias. Caso houvesse, certificou que muitas delas seriam realojadas.
Apelo ao Executivo
Por isso, voltou a insistir que esta estratégia será de carácter provisório e que irá colmatar a situação, mas reiterou o apelo ao Governo para se reunir com a câmara, para que juntos encontrem a melhor forma de minimizar a situação.
O mesmo apelo, indicou, vai no sentido de o poder central ajudar a autarquia a financiar a reabilitação de outras moradias da ilha da Boa Vista, tendo em conta “os vários pedidos”, inclusive para reabilitação de casas noutras zonas da cidade e no interior, onde, em novas averiguações no terreno, se constatou que os problemas habitacionais poderão agravar-se com novas chuvas.
Dois dias após queda das primeiras chuvas na ilha da Boa Vista, em declarações à comunicação social, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que o Governo já está a avaliar a situação do bairro de Boa Esperança, contudo, segunda a autarquia, e conforme referênciado em cima, ainda não há respostas do Governo.
C/Inforpress