O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos da América (EUA), o capitão Bill Urban, afirmou, na noite de sexta-feira, em Comunicado, que o País conduziu um ataque aéreo contra um estrategista do Estado Islâmico-K, numa Província do Afeganistão.
O capitão Bill Urban – citado pelo portal cnnbrasil.com.br -, garante que o alvo da acção, feita com aeronaves não-tripuladas (drones) foi morto.
“As Forças Militares dos Estados Unidos realizaram uma operação de contra-terrorismo além do horizonte, hoje, contra um estrategista do Estado Islâmico-K. O ataque aéreo não-tripulado ocorreu na Província de Nangahar, no Afeganistão. As indicações iniciais são de que matamos o alvo. Não sabemos de nenhuma vítima civil”, afirmou o comandante.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou o ataque contra o Grupo Terrorista.
Aliás, a investida ocorreu um dia após Biden afirmar que seu País irá “caçar” e fazer com que os autores do atentado terrorista, nos arredores do Aeroporto Internacional de Cabul – a Capital do Afeganistão -, que matou, pelo menos, 170 pessoas e deixou mais de 200 feridos nesta quinta-feira, 26, “paguem pelo que fizeram”.
Entre os mortos no ataque de quinta-feira estão 13 militares americanos.
Horas após os ataques, o Estado Islâmico-K assumiu a responsabilidade.
O Estado Islâmico-K é um grupo auto-intitulado terrorista, que surgiu, pela primeira vez, na Região chamada Khorasan (entre o Afeganistão e o Paquistão), em 2015.
Fim da retirada
Vários Países Ocidentais, como a Espanha e a Itália, acabaram, sexta-feira, 27, as operações de retirada de pessoas de Cabul: A Cidade-Capital do Afeganistão.
A França – reporta pt.euronews.com -, anunciou que poderia continuar para além de sexta-feira à noite, dependendo das condições de Segurança. Os Estados Unidos prometem prosseguir a tarefa, até à próxima terça-feira, 31, prazo final para a saída do Afeganistão.
“Ainda há, aproximadamente, cinco mil e 400 pessoas no Aeroporto, neste momento, à espera de vôos para saírem do Afeganistão. Temos a capacidade de incluir pessoas no Taéreo Militar dos Estados Unidos, para fora do Afeganistão, até ao último momento”, afirmou Hank Taylor, sub-director de Logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA.
O Pentágono disse, sexta-feira, ter concluído que houve apenas uma explosão no Aeroporto de Cabul.
O Conselho de Segurança da ONU já condenou o atentado de Cabul, apelando à cooperação de “todos os Estados”, para levar os autores à Justiça.
UE focada em manter Aeroporto de Cabul operacional
Para os líderes políticos Europeus, o atentando no Aeroporto de Cabul serviu para perceber que qualquer acto adicional de Terrorismo deve ser prevenido. Mas à medida que as Tropas do “Velho Continente” deixam o Afeganistão, essa Missão torna-se cada vez mais difícil.
O porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, revela que a prioridade passa por garantir que o Aeroporto é seguro.
“Todos os esforços, em conjunto com os Estados-Membros e com outros parceiros, estão orientados para conseguir tirar do País todas as pessoas que precisam de sair. A segunda prioridade é assegurar que o Aeroporto de Cabul continua operacional, porque haverá vida depois de 31 de Agosto e o Aeroporto de Cabul é um ponto de entrada importante, para entregas relacionadas com a Ajuda Humanitária, por exemplo, no Afeganistão”, manifesta Peter Stano.
Mais de 400 funcionários europeus e colaboradores já deixaram o Afeganistão. Polónia, Hungria, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha e Bélgica já encerraram operações de retirada.
Desconhece-se o número total de pessoas por sair, em plena contagem decrescente para 31 de Agosto, altura em que os Talibãs tomarão conta do Aeroporto.
O que aconteceu no Afeganistão, sublinhou o antigo embaixador de França nos EUA Gérard Araud, deve servir de alerta para as Potências Europeias.
Na próxima semana, os Ministros Europeus do Interior, Defesa e Negócios Estrangeiros, realizam uma série de encontros. O Afeganistão deverá dominar a Agenda.
Hungria aloja afegãos em contentores
O Governo Húngaro retirou mais de 500 pessoas do Afeganistão. Destas – aponta pt.euronews.com -, 336 pessoas estão alojadas nas ex-Zonas de Trânsito na Fronteira com a Sérvia. São afegãos que ajudaram as missões da Hungria, nos últimos 20 anos e os seus familiares, entre eles 126 crianças.
“Familiares dos afegãos que ajudaram as missões húngaras, ao longo dos anos, também vieram para a Hungria: crianças, idosos, mulheres, com pessoas gravemente traumatizadas. As autoridades húngaras colocaram-nos nestes contentores atrás de mim, que estão cercados por arame farpado, e as instalações são fortemente vigiadas”, relata a correspondente da Euronews na Hungria, Nora Shenouda.
Os refugiados vão ficar em quarentena, durante dez dias, nessas instalações. O Ministério do Interior Hhúngaro disse que, ainda, não foi concedido Asilo a estes cidadãos, mas que iniciaram os procedimentos de Imigração, que podem demorar até 21 dias.
Os refugiados afegãos têm recebido alimentos e roupas e foram examinados por um médico.
No passado, a Organização das Nações Unidas comparou os contentores das Zonas de Trânsito a “uma prisão”. Estas Zonas de Trânsito foram fechadas, por decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia.