O ex-candidato Péricles Tavares disse esta terça-feira,23, que a rejeição da sua candidatura à Presidência da República, pelo Tribunal Constitucional, é uma “decisão precipitada” por parte dos juízes.
“À primeira não é estranho, para mim, na medida em que não cumpri com os requisitos, segundo manda a lei, mas, de qualquer forma, fica tudo em aberto e o futuro dirá o que, de facto, esses juízes fizeram ao não fazerem investigação tomando uma decisão precipitada”, disse.
Péricles Tavares disse ainda que os juízes “que se dizem tão inteligentes” foram enganados “duas vezes” pelos dois mandatos do actual Presidente da República.
“O que é importante dizer é que o senhor Presidente da República está fora da lei e conseguiu passar a perna aos juízes. Vai haver mais pessoas a fazerem isso, pelo que é preciso haver investigação para daqui a dois meses não passarmos a ter um outro Jorge Carlos Fonseca no palácio de presidência”, argumentou.
Em declarações à Inforpress Péricles Tavares disse que a dupla nacionalidade alegado pelo Tribunal Constitucional (TC) como um entrave para a sua candidatura dependerá muito da interpretação dos mesmos.
O que poderia penalizar a sua candidatura, assegurou, era a falta de assinaturas ou outros incumprimentos.
Neste contexto reiterou que a intenção da candidatura foi denunciar o “fechar dos olhos” dos juízes em relação a uma e outra personalidade.
Apesar disso, adiantou que vai continuar a dar a sua contribuição para o desenvolvimento do país e continuar sempre “vivo” na preparação do homem novo e do Cabo Verde moderno.
Finalizou a sua declaração afirmando que não é por “morrer uma andorinha que acaba a primavera”.
Recorde-se que que o Tribunal Constitucional anunciou esta manhã que todos os processos de candidaturas ao cargo de Presidente da República foram aceites com excepção da de Péricles Tavares.
“Rejeita-se a candidatura do cidadão Péricles Octaviano Augusto Galiva Tavares, por enfermar de inelegibilidades e irregularidades que não foram supridas”, lê-se no documento do TC.
A mesma fonte explicou que na análise do processo foi constatado que a referida candidatura não tinha apresentado alguns documentos, como a indicação de profissão e residência, a certidão de inscrição no recenseamento eleitoral, o documento que prova que reside no país há mais de 36 meses, a declaração de que não é titular de outra nacionalidade e a indicação do mandatário nacional.
Com esta decisão, que consta do despacho de 23 de Agosto, do Juiz Presidente do Tribunal Constitucional, João Pinto Semedo, fica em definitivo completa a lista dos candidatos ao cargo de Presidente da República, que passam a ser sete, José Maria Neves, Carlos Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, Hélio Sanches, Joaquim Monteiro e Casimiro de Pina.
C/Inforpress