Cientistas da Estação “Summit” ficaram surpresos ao verem gotas de água escorrer pela janela, algo inédito desde que o alojamento foi construído em 1989. Ninguém sabe quando foi a última vez que choveu nesta área remota da Terra.
Por estar localizado a três mil 216 metros de altitude, na Região do Ártico, com temperaturas abaixo de zero graus, quase o tempo inteiro – escreve g1.globo.com -, o pico da Groenlândia, normalmente, não apresenta condições atmosféricas para gerar precipitação.
Por isso, o que aconteceu no dia 14 de Agosto surpreendeu os pesquisadores da Estação “Summit”, da Agência Americana “National Science Foundation”, que monitora o Clima nesta parte do Planeta.
Choveu “por várias horas”, de acordo com as informações do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos da América (NSIDC). Nada parecido tinha sido observado, desde que os registos começaram a ser feitos em 1987, conforme as informações compartilhadas pelo cientista Martin Stendel, nas suas redes sociais.
Conforme o Relatório, “a temperatura do ar ficou acima de zero, por cerca de nove horas”. O aumento nos termómetros criou condições de degelo, que só foram vistas, anteriormente, em três ocasiões: 1995, 2012 e 2019.
Sinais de alerta….
O fenómeno é mais um exemplo de como o Aquecimento Global está afectando lugares tão remotos como o Pico da Groenlândia, de acordo com especialistas.
Embora muitas vezes chova na superfície congelada da Groenlândia, o fenómeno nunca tinha sido observado no ponto mais alto.
Na Estação de Pesquisa, os cientistas ficaram surpresos ao verem gotas de água escorrer pelas janelas do alojamento e chegaram a compartilhar imagens nas redes sociais.
A temperatura chegou a 0,48 graus Celsius. É a quarta vez, nos últimos 25 anos, que ela ultrapassa zero naquela área.
Os termómetros ficaram acima de 0°C, durante várias horas, o que, combinado com a chuva, criou condições para o degelo na superfície do Pico e arredores, segundo dados do NSIDC.
No total, o derretimento atingiu 872 mil quilómetros quadrados, no dia 14.
“Somente em 2012 e 2021 houve mais de um evento de derretimento de 800 mil quilómetros quadrados”, destaca o Relatório do NSIDC.
A Região do Ártico está esquentando duas vezes mais rápido que o resto do Planeta, devido às Mudanças Climáticas, explica Steve Turton, pesquisador de Geografia Ambiental da Universidade Central de Queensland, na Austrália.
Enquanto no resto do Planeta a Temperatura aumentou, em média, em 1°C, na Região esse ritmo chegou a quase 2°C.
Junto com o aumento de enchentes, incêndios e outros eventos extremos, é um dos muitos “sinais de alarme”, que apontam para a necessidade de reduzir as Emissões de Gases de Efeito Estufa.