O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep), Jorge Cardoso, desmentiu hoje o ministro da educação, e garante que nem todas as escolas do país reuniem as condições para o início do ano letivo 2021/22. Cardoso diz tratar-se de discurso político e que traduz a realidade nacional. O mesmo diz-se contra a obrigatoriedade da vacina entre a comunidade escolar.
Jorge Cardoso é taxativo e diz que as afirmações do ministro, em como está tudo pronto para o arranque dentro da normalidade são falsas.
“Quando o ministro faz essas afirmações ele faz um discurso político que nós discordamos. Em alguns concelhos e localidades têm condições, mas em todo o território nacional não. Quando nós tivermos todas as condições criadas nós vamos nos pronunciar de uma forma pública e fazer ações a pedir para que o governo intervenha, para que, até fim de setembro, as aulas possam arrancar na normalidade”, avança o sindicalista.
O responsável afirma ainda ser a favor da vacinação, mas diz-se contra a sua obrigatoriedade.
“Isso contraria a democracia. O que se deve fazer de facto é um trabalho de terreno junto de toda a comunidade educativa”.
Um trabalho de sensibilização que, garante o sindicalista, o Sindep já está a fazer, uma vez que, o que está em causa é a saúde pública.
“Nós estamos a percorrer todos os concelhos do país e estamos a solicitar a todos os professores que, de forma voluntária, façam a vacinação. Agora a obrigatoriedade nós não estamos de acordo”, faz saber.
Jorge Cardoso afirma, no entanto, ter tido conhecimento de professores que se recusam a ser vacinados devido a questões de religião, uma posição que diz não compreender.
“Há professores que são adventistas, jeovás e não querem vacinar-se alegando a religião. Eu não compreendo, porque a religião não deve pôr em causa a saúde pública e, então, cabe às igrejas fazer a sensibilização dos seus seguidores no sentido de vacinarem-se”, pontua.
C/RCV