Estão em greve 50% dos vigilantes de segurança privada filiados no SIACSA, em São Vicente. A luta desses trabalhadores já levou o governo a legislar sobre o quadro remuneratório da classe, mas o incumprimento do quadro legal apoquenta os vigilantes que já apelaram à justiça, porque, como dizem, os seus protestos parecem cair em saco roto.
Os vigilantes das empresas de segurança privada filiados no SIACSA iniciaram, na manhã desta segunda-feira (16), uma greve de dois dias. O não cumprimento do acordo colectivo de trabalho no que tange à actualização dos salários é a principal razão que dita essa paralisação de trabalho.
Empunhando cartazes que apelam entre outros direitos ao respeito, à dignidade do trabalhador , os vigilantes manifestam descontentamento pela forma como têm sido tratados pelas entidades empregadoras e pelo próprio governo, que também nao respeita a lei que define o quadro regulatório que poderia satisfazer as reivindicações desses trabalhadores.
“Chegamos a ir à mesa de negociação para ver se tínhamos algum entendimento para evitar esta greve, mas as empresas não tiveram nenhuma proposta. Infelizmente, sempre a mesma conversa de esperar para o cliente pagar e quando estamos com uma lei bem clara no Boletim Oficial, de que a partir de 1 de Maio, a tabela tinha que entrar para aplicarem, para poderem pagar aos vigilantes o valor estabelecido nas tabelas”, diz Heidi Ganeto, do SIACSA.
Mas, como explica, “até agora ninguém está a respeitar a lei, nenhuma dessas empresas está a respeitar a lei. Não têm nenhuma proposta para apresentar ao sindicato para trazermos aos trabalhadores, para vermos se desistimos desta greve”.
As empresas e o governo, garante, “estão a forçar os vigilantes a ter estas atitudes aqui, que é a manifestação e greve”,
A luta dos vigilantes por melhores condições de trabalho já dura há vários anos.
Não obstante os ganhos conseguidos em termos da legislação que define o preço indicativo de referência, que as empresas de segurança privada deverão aplicar na cobrança dos serviços prestados e de modo a que tenham condições de satisfazer os encargos com os salários atualizados dos vigilantes, esses trabalhadores dizem existir interesses outros que impedem a aplicação da referida legislação.
Dos cerca de 400 vigilantes de segurança privada inscritos no SIACSA, em São Vicente, aproximadamente 50% aderiu à greve que termina amanhã à meia-noite.
C/ RCV