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Santiago

Praia: Associações comunitárias querem políticas que cheguem a todos

Desemprego e falta de perspetiva estão entre as maiores preocupações das associações comunitárias que trabalham com jovens, na cidade da Praia. Além disso, apontam que as políticas públicas não chegam a todos.

Essas preocupações estiveram em debate no fórum – “O desafio dos jovens no pós-Covid-19 nos espaços do Concelho da Praia”.

À margem do evento, Gerson Pereira, presidente da Associação Comunitária de Kélem, apontou que pandemia e a crise vieram agravar ainda mais o que já era grave e a situação nos bairros é alarmante.

“Já tínhamos um cenário difícil antes da pandemia e, depois, com esta situação de crise, reparamos que o desemprego tornou-se muito mais sério. E, consequentemente, alguns jovens acabaram por enveredar por caminhos menos bons, o que trouxe muitas consequências para as comunidades. A nível social, em várias vertentes, estamos a ver os reflexos desta situação”, elucidou.

Não obstante essas consequências sociais e económicas, que afetam a juventude, Gerson Pereia sublinhou que a situação atual dos jovens mostra que as políticas públicas não estão bem ajustadas.

“Nós defendemos, que neste momento, nós não temos políticas públicas viradas para juventude. Tem-se falado muito em formação profissional, em empreendedorismo, mas são medidas que não chegam aos jovens que têm problemas na comunidade. Então alguma coisa precisa ser feita para reverter a situação”, defendeu.

A Câmara Municipal da Praia (CMP), por sua vez, garante estar a trabalhar para preparar os jovens para viver novas realidades, no período pós crise. Uma das propostas é revitalizar o associativismo, como frisa o presidente Francisco Carvalho.

“Jovens precisam de espaços de intervenção, espaços de participação, onde são valorizados dentro da própria comunidade. É algo que no passado, não muito longínquo, teve grande impacto na nossa sociedade. Vamos regressar com ele em força e ainda dentro de 15 dias, no máximo, vamos lançar o primeiro edital dos últimos 12 anos para associações juvenis aqui na Praia”.

A ideia será, então, financiar as associações selecionadas, durante um ano de atividade, onde vai ser possível que cada associação tenha dois jovens a trabalhar a tempo inteiro.

Outra proposta é reservar cotas para jovens na política municipal de habitação. Além disso, a edilidade da capital pretende apostar no empreendedorismo, mas com nova perspetiva, adaptando os projetos à realidade.

Os projetos para a juventude Praiense, a CMP pretende trabalhar na inclusão e reinserção de jovens, em situação social delicada, em conflito com a lei e envolvidos em delitos e crimes.

C/ RCV

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