Quase 300 pessoas chegaram, segunda-feira, 2, à Lituânia, vindas da Bielorrússia, sem documentos para entrar na União Europeia (UE). O número representa mais que o total de 2018, 2019 e 2020 juntos.
Com cada vez mais migrantes detidos e cada vez menos condições nos centros de detenção – reporta o portal pt.euronews.com -, os protestos fizeram-se ouvir numa das instalações perto da Fronteira entre Lituânia e Bielorússia.
Só este ano, até ao passado domingo, 1, foram detidos na Lituânia três mil 832 migrantes. Em 2020, foram 81.
No mesmo dia em que o País atingiu o recorde de entradas diárias ilegais de pessoas, a comissária da UE para os Assuntos Internos visitou o País.
Após um encontro com migrantes em situação irregular, Ylva Johansson recorreu ao “Twitter”, para denunciar “a exploração cínica, com falsas esperanças e falsas rotas” do Regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Já em Vílnius – a Capital da Lituânia -, numa conferência de Imprensa, Ylva Johansson afirmou que a presente situação se deve a “uma provocação do Regime de Lukashenko, totalmente inaceitável”.
A comissária salientou, ainda, que “não há livre acesso” ao Espaço Comunitário e que “a Lituânia, a UE, e os Países do Espaço Schengen são obrigados a impedir o acesso não-autorizado” ao Território.
Para fazer face ao repentino fluxo migratório que chega à Lituânia, a União Europeia vai disponibilizar uma ajuda de 12 milhões de euros, abrigos temporários e segurança adicional para as fronteiras.
Em Junho, a UE tinha já adoptado um novo pacote de sanções contra o Regime de Alexander Lukashenko, após o desvio de um avião comercial da Ryanair para o País e a detenção de um activista. Foi o quarto conjunto de medidas sancionatórias aprovadas, desde as últimas Eleições Presidenciais na Bielorrússia, em que Lukashenko reclamou uma esmagadora vitória e deu início a uma violenta repressão dos opositores.