A economia de Cabo Verde deve crescer 6% em 2022, segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), tornadas públicas pelo Governador do Banco de Cabo Verde (BCV), esta quarta-feira.
Não obstante as incertezas À volta da pandemia da covid-19, Óscar Santos revelou que as projecções do FMI para 2022 foram feitas com base no avanço da vacinação contra a covid-19, e apontou o exemplo do desempenho económico “muito promissor” de alguns países, como os Estados Unidos de América e também da Europa.
“Em relação à economia nacional, as perspectivas são para uma contínua recuperação da severa recessão causada pela pandemia de covid-19”, afirmou, em conferência de imprensa, para anunciar medidas de mitigação do impacto da pandemia na economia do país.
Segundo o responsável do BCV, o crescimento da economia nacional para o próximo ano é impulsionado pela recuperação de receitas de viagens e serviços de transportes e medidas de apoio à recuperação económica e social.
“A vacinação deverá permitir o controlo da pandemia e a recuperação das actividades mais afectadas pelas medidas de distanciamento social”, projectou.
Moratórias
Na mesma ocasião, o governador do BCV declarou que se tem verificado uma redução dos pedidos de moratórias por parte das empresas, o que para ele é “um bom sinal”.
As empresas dos sectores turístico, transportes e comunicação são os que mais beneficiam do processo de moratória, porque, como diz, por causa do confinamento, e da suspensão das viagens internacionais, “precisam de liquidez e de financiamento para o arranque da actividade económica”.
No que toca às medidas de política monetária, sublinhou Óscar Santos, deliberou-se pela manutenção das taxas de referência do Banco de Cabo Verde, além da manutenção do actual programa de financiamento de longo prazo, através da Operação Monetária e Financiamento (OMF) até 31 de Dezembro de 2021, de acordo com as condições anunciadas no final do ano passado.
Foi igualmente deliberado no sentido do ajustamento do programa, a partir de Janeiro de 2022, mantendo-se, contudo, a maturidade máxima de três anos, com condições especiais de financiamento, à taxa de 0,75%, reduzindo o montante de colocação mensal para 1,5 mil milhões de escudos, podendo atingir o montante de nove mil milhões de escudos até junho de 2022, altura em que o BCV procederá à nova avaliação e revisão do programa.
Em Março de 2020, o BCV, com vista a atenuar o impacto dos efeitos associados à covid-19, adoptou um pacote de medidas excepcionais de política monetária e prudencial, com vista a estimular o crédito à economia e, por esta via, a recuperação económica.
C/Inforpress